quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Bom Ano !

Com os melhores votos...

para todos nós !

Mas...que é um "Bom Ano" ?

«O Senhor te declarou, ó Homem, o que é Bom !

O que o Senhor pede de ti é que

pratiques a Justiça,

ames a Misericórdia,

e andes com Humildade

perante ele !»

Livro do Profeta Miqueias,( A BÍBLIA ) cap 6, vers 8. ( Versão O LIVRO )

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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um curioso texto de Guerra Junqueiro

«Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,
aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,
sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;


um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;


um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que
um lampejo misterioso da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,
não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,
sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação,
da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,
tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,
incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,
e não se malgando e fundindo, apesar disso,
pela razão que alguém deu no Parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.»


( 1896 )

domingo, 27 de dezembro de 2009

A árvore de Natal

Diz uma forte tradição que Lutero, no início do Séc. XVI, terá sido dos primeiros - ou o primeiro ? - a ornamentar uma pequena árvore na sua casa com umas velinhas.

Aliás como eu fazia em miúdo, e que os meus Pais me deixavam acender, com cuidado e carinho, dias antes do Natal !... Não havia luzinhas eléctrícas nessa altura.

As velinhas lembravam estrelas no céu brilhando na alegria do Natal e festejando o nascimento do Salvador e Senhor Jesus.

Já desde tempos antigos havia quem, por essa altura, se lembrasse de assinalar uma árvore em termos festivos. Como não sei.

Que as Saturnálias, festa pagã e idólatra, estão na origem do Natal parece não haver dúvida.

E que a cristianização "natalícia" ficou instituida com o Imperador Constantino, também não.

E que a paganização, do Natal está sendo retomada, com a exponência do Pai Natal. Mais renas e árvores e luzinhas e musiquinhas de fundo ambientais e ornamentações lucíferas e prendinhas, disso julgo que também ninguém duvida... ( Tudo a começar já em novembro...)

É a concomitante secularização, imposta como um tsunami.

Natal também não é apenas mensagem de humildade - um menino que nasceu com os simples e humildes - mensagem de amor e de paz.

É isso. Mas é muito mais.

Natal é SALVAÇÃO. E no seu sentido cósmico !

É Deus que se fez em tudo como nós, menos no pecado, remindo do pecado, na Cruz, todo aquele que se arrepende, pede perdão a Deus, e que crê, e que se entrega a Deus. É assim a garantia do acesso a Deus e à Eternidade com ele. Carta de São Paulo aos Filipenses, 2, 5 a 11. ( Versão O LIVRO )

Isto é Natal.

«Joy to the World !»

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Um Dom inefável !...

«Ele deu-se a si mesmo por nós,

pagando o preço que nos livra do poder do pecado,

e criando um Povo libertado do mal,

que lhe pertence inteiramente,

um Povo particularmente empenhado

em praticar a Justiça»

Carta de São Paulo a Tito, 2, 14


Com os melhores votos de

FELIZ NATAL

para os que me lêem aqui... !



Nasceu o Salvador !

«Esta noite...nasceu o Salvador !

Sim, o Cristo, o Senhor !»

Evang. segundo São Lucas 2, 11

«Hoje, se ouvirem a sua Voz,

não endureçam

o vosso coração...!»

Carta aos Hebreus 4, 7

( Versão O LIVRO )

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Conceito polémico de espaço de devoção

O «14 de julho» em França, este ano - a Festa Nacional Francesa - ficou marcado por algo de significativo das dinâmicas e dos vectores que direccionam a actual Cultura ocidental de raiz judaico-cristã.

A Capela de São Pedro de Mahalon, ( Finisterra ) foi cedida para que uma organização cultural e artísitica, «L'Art à la Pointe», ( Arte de Vanguarda ) realizasse uma manifestação artística de bailado. Dois bailarinos despiram-se do decurso da representação.

Estavam na assistência crianças e jovens. O Bispo de Quimper, Monsenhor Le Vert, emitiu logo um comunicado manifestando indignação e suspendendo a colaboração cultural com os responsáveis.

Para além da insensibilidade e do desprezo por um espaço religioso, cristão, reservado à devoção e à intimidade com Deus, é evidente a filosofia de vida que está subjacente : Arte é uma forma livre de matrizes prévias, sobretudo morais, e desinibida de preconceitos. É o impulso que me transporta além de mim próprio.

É uma espécie de culto.

Lembrou o Papa recentemente, falando a Artistas, que a Arte não pode cair no irracional.

Nem pode prescindir de fundamentos morais imutáveis.

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sábado, 19 de dezembro de 2009

Animais são gente ?

Vai ganhando impacto nas mentes e espaço de debate aquilo a que já se está chamando «Direitos dos Animais».

A questão não está na atenção que as nossas sociedade ociedentais estão dando às condições de vida dos animais, de certos animais, no sentido de lhes evitar, tanto quanto possível, o sofrimento, a dor, a fome.

A questão no fundo é - para já - que se requeira para os animais direitos humanos !

Isso traduz a ideia de estabelecer uma equivalência entre os animais e os humanos. O que é dramaticamente errado.

E vão aparecendo casos expressivos dessa tendência.

Por exemplo, e pelo que nos dizem, no EE.UU. há empresas a dar aos seus colaboradores, dias de folga, sem vencimento, para cuidarem das ninhadas que os seus animais de estimação tenham tido.

Um pastor lembou-se de propor aos cristãos da sua congregação que trouxessem, certo domingo, os seus animaizinhos para receberem uma bênção especial !

Gostar dos gatinhos, dos cachorrinhos e de outros, que se tem em casa, é uma coisa.

Agora. colocá-los em pé de igualdade com os humanos, é absurdo e espiritualmente errado.

Os animais não foram criados à imagem de Deus.

Os quadrúpedes que a tradição põe no presépio natalício não estão ali a adorar o Criador... por muito que pareça isso. ( Embora tenham a sua maneira específica de o adorar. Por exemplo, Carta aos Romanos 1, 20 ).

O Senhor Jesus Cristo nasceu em Belém, foi anunciado pelos Anjos que cantaram : «...Boa Vontade divina para com os seres humanos !»

Ele morreu na Cruz, ressucitou e ascendeu ao Céu como Salvador dos pecadores.

Animais nem sequer pecam... Não têm contas a prestar perante Deus !

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Não Drectividade. Mas...

Por volta dos anos 80 todos nós Professores, e sobretudo no mundo ocidental, fomos motivados pela não-directividade do Carl Rogers. E doutros. Aliás o C. Rogers foi passando de moda, mas não pelas razões que vou adiantar.

Na base está o conceito de que o Aluno, o Aprendedor, deve desenvolver-se autonomamente. O que - sob certos aspectos - até nem está errado.

Aos Alunos são propostos problemas e situações, e “devem ser deixados construir as suas próprias respostas conforme o que funcionar melhor para eles”.

Os Professores não seriam instrutores mas facilitadores de aprendizagem e de experimentação de estratégias pragmáticas, úteis para funcionarem bem para eles, para uns de uma forma, para outros de outra. Algo pode funcionar para mim, mas não funcionar para ti.

É o relativismo ! E em termos morais estamos a ver o que dá !

É no fundo a ideia de raiz darwinista de deixar que a mente evolua no mesmo padrão da evolução biológica.

Esta forma utilitária de aprendizagem leva a que todas as Opções sejam tratadas como válidas. Aos Alunos cabe escolherem o que pessoalmente eles mais valorizem… ( Até no domínio da ortografia e da escrita ! )

Se esta autonomia e a não directividade da parte do Educador faz correr riscos no domínio conceptual, o que fará no moral !

Certa Professora, contam-nos, que usou num determinado período de tempo essa estratégia e depois levou os alunos a concluir livremente quais as actividade que mais valorizavam, sondando os seus próprios sentimentos e valores subjectivos, deparou-se com os seguintes resultados, em resumo : “sexo, drogas, bebida e faltar às aulas “!

Parece brincadeira até !

Mas muita educação deixou de ser construída na base das grande ideias fundamentais com que o Criador dotou a consciência humana. Que estão consignadas no Decálogo.

E sem isso, onde há referencias para a Vida ?

É literalmente a lei da selva..

«Quando os fundamentos são demolidos, que pode fazer o justo ?» clamava David ( Salmo 11 ) há 2500 anos. Era, já então, o vírus do desprezo das Normas de Deus !

Não aceitamos viver assim.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

«M'espanto às vezes! Outras m'avergonho»

«(...)afronta o coração, a língua é muda...»

( De um soneto Sá de Miranda )

Hoje, século XXI, contabilizando as pragas morais e os flagelos físicos :

«Me espanto muitas vezes !

E me envergonho... !»

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Bola como culto

Encontrei esta manhã um livrinho com o título «A bíblia do Benfica». Capa preta.

Comecei a folheá-lo e fiquei estarrecido !

O conteúdo até é interessante, com muitos dados referentes à história, à vida, à actividade desportiva, e a momentos relevantes particularmente da vida futebolística do Benfica.

Mas o que é assinalável é a ligação que é feita nos textos prefaciantes com sentimentos religiosos, como "fé no Benfica, "escrituras sagradas do Benfica", "culto do Benfica", "religião e devoção ao Benfica" ! Etc. Um chorrilho de conotações disparatadas entre a adesão ao Benfica e a religião !

Pode parecer - e é, claro - um aproveitamento hiperbólico com o objectivo de emprestar à adesão clubista um cunho de dedicação total, inalienável.

Mas o que nos confrange é que uma tal vivência clubista - seja com que clube for e particularmente em relação ao futebol - não está longe daquilo que essas alusões expressam : uma verdadeira pseudo-religião !

O que isso não traduz de alienação ! De cauterização mental ! De embrutecimento e desconexão face aos problemas fundamentais que afligem a Sociedade ! De divórcio dos Valores essenciais da Vida ! De dessensibilização para com os planos espirituais da Vida !

«Panem et circenses», ( «Pão e Circo» ) era com que se alimentavam os espírito dos Romanos. Já naquela altura...

Mas nos tempos de Hoje... toca as raias do dramático !

Diz a Bíblia : «Os loucos não querem saber como são as coisas na realidade. O que lhes interessa é só gritar aos quatro ventos o que pensam.» Prov. 18 : 2 ( O LIVRO )

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sábado, 5 de dezembro de 2009

O género do Ser humano

...está no corpo, como organismo ? ...Ou está no cérebro ?

Chaz Bono, que nasceu "mulher" aos cantores Cher e Sonny Bono, teve esta "tirada" num debate público em que falou do seu processo de se tornar um "homem" :

«O género de uma pessoa está entre os seus dois ouvidos. Não entre as duas pernas»

É este o argumento. Falacioso, claro.

O que não deixa que reconheçamos o drama por que passam estas pessoas

Há uma terapia : respeitar Deus, procurar Deus, amar Deus.

Como ? Jesus Cristo morreu para anular essa incompatibilidade do Ser humano com o seu Criador. É isso o Evangelho !

Classificam-nos a nós de homofóbicos ?

Não. Não sou homofóbico. Mas não me incomoda o que me chamem.

A questão é que não é por isso que vamos aceitar que se imponha à Sociedade a legalização, em termos de condutas, de relações maritais e de Família e de responsabilidades familiares, daquilo que - ainda que nos pese, e que lamentemos, e para o que procuramos resposta - não é natural, não é normal.

E acima de tudo : não é como Deus criou ao Ser humano.

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

«Caim» de Saramago

Tive enfim ocasião de pegar no "Caim", do Saramago.

Aliás estava a terminar a leitura, frequentemente interrompida por outras coisas , do "Tratado da Lucidez" de que gostei. Tal como do "Tratado da Cegueira".

O da Lucidez achei-o na FNAC em tradução francesa, e trouxe-o ttambém por curiosidade; para ver como é o Saramago em francês...

Pontuação, a mesma ! Mas uma boa tradução, pareceu-me.

Voltando ao «Caim» : Medíocre !

Sem elevação artística. Sem criatividade.

Uma espécie de "tratado" boçal anti-Deus, pretendendo fazer uma desmontagem bíblica mas sem capacidade de elevação intelectual. Sem capacidade de percepção mental e de sentido espiritual do mundo com que se meteu.

Com momentos de um erotismo rasteiro. Talvez com o intuito de prender a atenção de alguns leitores menos interessados pela temática de capa.

Compreende-se o que Lobo Antunes disse dele, há pouco tempo ( mais ou menos isto ) :

Perguntaram-lhe ( questão posta por Judite de Sousa ) :

- Que acha do Saramago ?

- Tenho medo ?

- ??

- Medo de, em velho, me tornar como ele...

Pobre Saramago. Nem vale a pena perder muito tempo em comentários...

Percebe-se, na verdade, em Saramago um "problema mal resolvido" com Deus, e com a Bíblia.

Saramago carece de água pura e abocanha ao lado, no lodo.

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A génese da Arte

Gosto de apreciar Obras de Arte. Faço-o, naturalmente, na medida da minha própria Formação e da minha capacidade. Como a maioria das pessoas.

Sou sensível à beleza de muito do que a Humanidade tem produzido de Belo e que nos impede de "reduzir o horizonte da vida ao materialismo e ao banal" ( Professor. J. Ratzinger ).

Li o recente discurso de Bento XVI aos Artistas, no passado 21 de novembro, na bela Capela Sistina.

Retive dois ou três pensamentos que gostaria de deixar aqui como que "arquivados" e que subscrevo.

«(...) A experiência do belo...do autêntico, não efémero nem superficial...leva ao confronto com o quotidiano para o soltar da obscuridade e o transfigurar, o tornar luminoso e belo.

Com efeito, uma função da verdadeira Beleza, já indicada por Platão, é a de fazer o Homem sair de si próprio, da resignação, da acomodação do dia-a-dia».

«(...) No entanto a procura da Beleza nunca poderá consistir numa fuga para o irracional. Nem mesmo para o simples esteticismo».

«(...) Simone Weil escrevia : "Em tudo o que nos suscita o sentido puro e autêntico do Belo há a marca de Deus"»

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