quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

«Caim» de Saramago

Tive enfim ocasião de pegar no "Caim", do Saramago.

Aliás estava a terminar a leitura, frequentemente interrompida por outras coisas , do "Tratado da Lucidez" de que gostei. Tal como do "Tratado da Cegueira".

O da Lucidez achei-o na FNAC em tradução francesa, e trouxe-o ttambém por curiosidade; para ver como é o Saramago em francês...

Pontuação, a mesma ! Mas uma boa tradução, pareceu-me.

Voltando ao «Caim» : Medíocre !

Sem elevação artística. Sem criatividade.

Uma espécie de "tratado" boçal anti-Deus, pretendendo fazer uma desmontagem bíblica mas sem capacidade de elevação intelectual. Sem capacidade de percepção mental e de sentido espiritual do mundo com que se meteu.

Com momentos de um erotismo rasteiro. Talvez com o intuito de prender a atenção de alguns leitores menos interessados pela temática de capa.

Compreende-se o que Lobo Antunes disse dele, há pouco tempo ( mais ou menos isto ) :

Perguntaram-lhe ( questão posta por Judite de Sousa ) :

- Que acha do Saramago ?

- Tenho medo ?

- ??

- Medo de, em velho, me tornar como ele...

Pobre Saramago. Nem vale a pena perder muito tempo em comentários...

Percebe-se, na verdade, em Saramago um "problema mal resolvido" com Deus, e com a Bíblia.

Saramago carece de água pura e abocanha ao lado, no lodo.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Caim, de Saramago

Segue um texto do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa que me permiti copiar ( foi possível fazê-lo sem qualquer restrição ) do seu blog :

(...)

PERPLEXIDADE.

Porquê tanta polémica por ficção? A não ser como lançamento. Mesmo as ideias de criticar, na Bíblia, factos que se julga serem inverosímeis ou de nela encontrar repositório de suppostas malfeitorias universais não resistem a um segundo de análise.

(...)Gente há que esquece que a Bíblia cobre o percurso da Humanidade, e esse é feito de virtudes e de qualidades, mas não menos, para não dizer mais, de crimes, defeitos e vícios. Omiti-los seria escrever, porventura, ( e apenas ) acerca de Deus ou de deuses. Mas, não certamente da odisseia dos humanos. Isto, independentemente de se ver ou não a Bíblia como livro sagrado e como grande obra literária.

(...)

É claro que não subscrevo tudo o que MRS diz.

A Bíblia, sobretudo o VT, não pode ser interpretada sob um "literalismo" cego, sem discernimento. Como se fosse um tratado científico. Mas também não pode ser considerada como um simbolismo contínuo.

Não nos compete a nós declarar o que Deus pode realizar, ou o que Deus entende fazer de certa maneira, ainda que nos parecendo insólita. Se começamos a pôr em causa a liberdade de Deus, então não se chega a lado nenhum. e é o vazio...

Mas parece-me um comentário, o de MRS, com lucidez.

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