sexta-feira, 18 de novembro de 2011

«Indignai-vos !»


Reli a pequena brochura publicada com este título no início do ano. Prefaciada por Mário Soares.

Teve, dizem, um sucesso enorme.

O autor, um francês, idoso, com um passado de resistente, deixa no ar, mas, a meu ver, de forma frustrante, questões primárias e de fundo.

A sua combatividade, queira-se ou não, dá com a cabeça no muro da realidade. Quero dizer que, para além desse "muro" fica, para ele, o nada, o vazio, o "sem além"... Mas isso nem parece preocupá-lo.

Está bem lutar, acho eu, e acham multidões. Está bem indignar-se ! Perante a injustiça, a iniquidade, o insulto das ditaduras genocídicas.

Mas : Onde está a Justiça ? Quem a dita ? Quem a legisla ? Quem a normaliza ? Nem são perguntas que preocupem o autor...

«Irão descobrir», diz ele ( p.26 ). «Há que ter esperança, há que ter esperança», insiste. ( Pág. 38 )

Faz lembrar aquela lenda do homem a quem supostamente Deus terá mandado mover, empurrar, uma grande rocha. E todos os dias ele a empurrava. Ao fim de muito tempo, cansado, desiludido, clama a Deus : «Não vejo resultados !» E Deus : «Continua. Isso fortalece-te os músculos...»

Não. Não é assim, dessa forma gratuita, que Deus inspira a luta profundamente revolucionária dos que nele crêem.

Há uma Justiça, uma Liberdade, um Amor, uma Paz, uma Verdade, Valores eternos, Normas, que Deus estabelece e pelas quais vale a pena viver, lutar e indignar-se. Com resultados históricos.

Porquê ? Porque têm Futuro. Porque têm validade e eficácia superior, que ultrapassam, vão "para além" da fragilidade e da fugacidade do real. ( Da "vaidade", dizia o Eclesiastes... bíblico ).

O autor ( um judeu ) nessa mesma brochura insurge-se contra Israel, a favor dos Palestinianos.

Não é de estranhar. Está concordante com a parcialidade e a limitação da sua própria visão do mundo.

«Indignai-vos !» Com certeza.

Para construir que mundo ? Que sociedade ? Que Vida ? "Carpe diem", sugeria Horácio. Bom. E mais nada ?...

Para viver com que motivação ? Com que Valores ?

Falta-lhe, ao autor, a perspectiva do "mais além", do espiritual, do divino, de Cristo, o Senhor da Vida.

Por isso deixei essa imagem no topo... Para ele não brilha o Sol da Revelação divina, absoluta, vital e vitalizante !

«A nossa fúria contra a injustiça mantém-se intacta» termina o autor ( com 93 anos ) o seu texto ( p.40 ).

Se essa fúria tiver outra natureza e outro fundamento provocará certamente mudanças radicais.

O Cristianismo fez isso. E faz isso. Quando Cristo é crido e aceite.

A Palavra de Cristo é a Resposta.

Campanha Benetton


A Benetton está fazendo em França, com esta foto, uma Campanha agressiva, como é o seu estilo, desta vez anti cristã, ou quando muito de depreciação do Cristianismo.

É evidente que gente bem formada não gosta.

Uma razão pesada, quanto a mim, para não comprar preferencialmente Benetton...

Faz bem o Vaticano em levar a Benetton à Justiça.

( Deliberadamente reduzi a imagem. )

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

«Mulheres e homens belas»

A questão do "Género" começa a chegar a limites de "descodificação"!

Naturalmente, pretende-se que a língua reflita e expresse o pensamento atual e as opções de vida. Nada a dizer. É assim que língua evolui. Melhor, sempre evoluiu assim.

É o caso da Gramática, nomeadamente das concordâncias "masculino / feminino".

Por exemplo, na frase : «...Para que homens e mulheres se consirem belos», o adjetivo ( o mesmo se fosse um particípio ) sempre fica no masculino quando concorda com dois substantivos ou nomes um masculino e outro feminino. Aliás isso permite maior liberdade e criatividade ao narrador. Era opinião generalizada.

Pois bem. E pasme-se ! Há uma forte corrente que luta contra esse predomínio do masculino sobre o feminino e pretende que seja aceite como correta a frase redigida assim : «...Para que homens e mulheres se considerem belas». Mesmo alterando a posição dos substantivos : «...Para que mulheres e homens se considerem belas». Sem hierarquizar o masculino...

Dizem-nos que em França, pelo menos, há já 3 000 subscritores de um pedido nesse sentido junto da Academia Francesa, para que a Gramática mude e se adapte aos novos conceito de igualdade de "genre"!

É verdade que, pela minha formação em linguística, sei que há alguma arbitrariedade na génese das línguas e na sua construção através dos tempos.

Conta-se aliás que no séc. XVII ( em 1676 ) um Gramático, em França, Monsieur Bouhours, ao explicitar a norma sintática do acordo com nomes de géneros diferentes disse esta barbaridade ( ele era padre ) «(...) Quando os dois géneros se encontram, é preciso que prevaleça o mais nobre» - referia-se ao "género masculino".

As "feministas" agarram-se a pronunciamentos deste tipo para se revoltarem... Com razão ? O certo que o tal senhor padre, visto numa perspetiva atual, disse uma grande asneira...

No entanto o que nos põe de sobreaviso é a filosofia que está subjacente a esse movimento de Hoje, quanto a prevalências deste ou daquele género.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

«Mulheres e homens belas»

Chegou-nos uma notícia que não posso deixar de assinalar

e que deixo conforme o texto que tenho :

O Ministério da Educação de França fez inscrever no Programa das Classes Terminais L de "Direito e Grandes Opções do Mundo Contemporâneo" a entrar em vigor no ano letivo de 2012/13 a questão da "homoparentalidade". Nestes termos :

«(...) Constatando a ausência de definição de Família, deve mostrar-se aos discentes, por uma análise jurídica e histórica, que a Família evoluiu profundamente e que se tornou multiforme - Família biológica, adotiva, monoparental, homoparental, recomposta, nuclear, alargada - propondo-se aos alunos que procurem uma definição.»

( Os negritos são meus ).

Um texto incrível, sobretudo saído de um Ministério da Educação.

E que reflete a vontade, pedagógica e militante, de mudar a Sociedade e de a empurrar para moldes e estruturas profundamente contestatárias e perversoras das Normas naturais, das Normas do Criador.

Afirmar a ausência de definição de Família é - só isso - um avanço corruptor e combativo.

Não há uma definição de Família ? Como assim ?!

O que estes "lobbys" pretendem é apagar, obnubilar, a noção básica, perene, normativa, natural, de "Família".

Chegar ao ponto de, num contexto escolar, usar como processo formativo e didático, o levar os alunos, banhados em incertezas sobretudo nesse domínio, a procurarem uma definição, toca as raias do absurdo.

Sintomática a referência, aparentemente ingénua e neutra, à opção de Família alargada, como oposta à Família nuclear. Estarão os responsáveis pelo Texto programático a pensar nos tios, primos, avós, etc, etc... Ou será que subliminarmente se está a permitir um conceito mais ousado, de tipo poligâmico... ? Que é isso de "Família alargada" ? Ou será que se referem a filhos, que são irmãos mas vindos de várias mães... ?

Compete-nos a todos, também aqui, não nos calarmos.

E, como clama alguém, «Indignai-vos !» Mas... dessa indignação, falaremos mais tarde...


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

a Palavra

«As palavras são sopros, desde que ninguém ponha o peso da sua vida na palavra pronunciada (...).

Se o Ser humano não estiver na palavra, esta é apenas ruído.

Na Bíblia a palavra está integrada na pessoa. Ela é verdadeira se a pessoa é verdadeira.

As Palavras de Jesus não têm interesse se forem separadas da Pessoa de Jesus Cristo; nele se dá a perfeita fusão da Palavra com Vida, com Ação, com Saber (... )»

in Jacques Ellul, "La parole humiliée", Seuil, 1981.