terça-feira, 29 de março de 2011

Raízes inalienáveis

No passado dia 3 de março o Presidente Sarkozy fez uma afirmação de que gostei.


E não me parece que tenha encontrado eco em Portugal nos nossos Meios de Comunicação.


Não queria deixar de a registar aqui:


«O Cristianismo deixou-nos um herança civilizacional magnífica.


E o nosso dever é transmiti-la às gerações futuras


e assumi-la sem complexos nem falso pudor.»


Dito pelo Presidente de uma Nação onde impera o laicismo é assinalável.


O Presidente anterior, Jacques Chirac, por exemplo, fez uma oposição intransigente - sempre em nome do mesmo laicismo - a que se fizesse menção no preâmbulo do texto constitucional da U.E. às raízes cristãs da Europa.


E Portugal alinhou.


Mas este Presidente, Nicolas Sarkozy, e o seu Governo, defendem antes, ao que parece, um laicismo sim mas de integração, "reconhecendo os benefícios do espiritual e do religioso".


segunda-feira, 28 de março de 2011

Anti-cristianismo em Israel ?

Ouvi o Dr. David Valente, um advogado de quem sou amigo aliás, ( fizemos ambos parte do Grupo que fundou a COMACEP ) dizer numa entrevista televisiva, que em Israel os cristãos eram perseguidos.


Assim, sem mais esclarecimentos.


E para piorar a afirmação, melhor, os seus efeitos, referiu logo de seguida as perseguições que também sofrem os cristãos nos países islâmicos.


Com todo o respeito pelas maneiras de pensar do meu amigo Dr. Valente, um protestante de há muitos anos, figura destacada no COPIC, essa afirmação foi precipitada e sem fundamento real, factual.


Não se pode fazer afirmações dessas assim, de forma liminar.


Não há perseguição de cristãos em Israel.


Israel sabe que os cristãos, particularmente os evangélicos, são os seus melhores amigos. Os Evangélicos são bem recebidos em Israel, e exercem lá com liberdade as suas atividades.


O que acontece naturalmente é que em Israel também, há fanáticos. E esses extremistas, como todos os outros, são cegos, "sem entendimento" como escreveu São Paulo aos Romanos ( 10 : 2 ).


Esporadicamente noticiam-se ações algo violentas contra judeus messiânicos, que são aqueles que aceitam e reconhecem Jesus Cristo como o seu Messias.


Desconheço outros atos em Israel de perseguição a cristãos. Se os há o Dr. Valente devia ter mencionado.

A perseguição dos cristãos nos países árabes nem precisa de ser apoiada com factos : são permanentes.


Para os muçulmanos, um cristão, segundo o Corão, é um idólatra, um infiel. Deve ser combatido. Se não se converter ao islamismo deve morrer.


Voltando à afirmação na TV do advogado protestante :


Muito nos é pedido a todos - saber filtrar o que nos entra pela casa e pela mente dentro !


São tempos exigentes, os que vivemos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Indignar-se

Comprei na Bertrand um livrinho, «Indignai-vos». do Sr. Stephane Hessel, cidadão francês, ( 93 anos ).


São umas 50 pgs incluindo um relativamente longo - e muiito empenhado - prefácio de Mário Soares, mais uns pósfácios dos editores. O autor foi um Resistente à invasão nazi em França.


O Sr. Hessel apela aos jovens a indignarem-se, a serem, genericamente, contra o fosso entre os ricos e os pobres e contra os atentados aos direitos humanos.


Mas a maior parte do texto é uma indignação, veemente, contra Israel que, segundo o Sr. Hessel, comete "crimes contra a Humanidade", e "crimes de Guerra" ao oprimir os "patriotas" (?!) palestinianos em Gaza e na Cisjordânia.


O livrinho tem tido uma divulgação enorme. Mais de um milhão de exemplares em pouco tempo e em todo o mundo.


Não lemos no texto uma palavra quanto aos atentados atrozes e constantes contra Israel por parte dos palestinianos ( recentemente uma Família inteira, de 5 pessoas, pai, mãe, duas crianças e um bébé, assassinados a frio, de surpresa, na sua casa ) e não refere sequer o objetivo prioritário da militância árabe : o extremínio total e absoluto de Israel, que segundo o presidente do Irão é "um cadáver que cheira mal e que tem de ser deitado fora".


Assim vai o nosso mundo !


E a minha indignação clama contra a incongruência e o estrabismo na análise do que por aí vai...


Bradava, Job ( 19 : 7 ) :


«Clamo : Violência ! Ninguém me ouve.

Grito : Socorro ! E não há justiça».




terça-feira, 22 de março de 2011

Sinais dos Tempos

11 de setembro de 2001


O pior ataque terrorista na História dos USA. 3 000 mortos. Inumerável sofrimento...


26 de dezembro de 2004


Um sismo de grau 9.2 seguido de um imenso marmoto no Oceano Índico abalou vários países do sudeste asiático. 230 000 mortos e desaparecidos. Incontável, o resto das vítimas...


29 de agosto de 2005


O furacão Katrina devastou a costa meridional dos USA. 1 800 mortos. 81 biliões de dólares de prejuízos.


Dezembro de 2007


Os USA mais o mundo ocidental, e não só, entraram numa enorme recessão de efeitos brutais nas economias e nas esfera dos bancos. Ainda se mantém !


12 de janeiro de 2009


Um tremendo ablo sísmico abalou a capital do Haiti. 250 000 mortos. Sem falar no sofrimento e na miséria humana que se abateu sobre esse pobre país.


27 de fevereiro de 2010


Um sismo de grau 8.8. matou no Chile quase mil pessoas...


14 de abril de 2010


Um abalo de terra de magnitude 7.1. matou na China 400 e feriu 10 000.


11 de março de 2011


Caíu sobre o Japão a múltipla catástrofe de um sismo de grau 9.0, com um marmoto ( tsunami ) trágico e uma crise nas Centrais nucleares nunca vista e com reprecussões mundiais.


( Só numa década... E são os acontecimentos mais assinaláveis. )


Considerar este factos e outros de caráter político e social, como meras coincidências sem outro significado além do seu impacto dramático... É como um encolher de ombros insensato. Ainda que tanto quanto possível se seja solidariamente ativo para com os que sofrem !

«Sou humano. Nada do que é humano me é estranho» ! ( «Homo sum. Humani nihil a me alienum puto» ). Como pensava Terentius, autor dramático de Roma, antes de Cristo.


Mas...


Lemos na Bíblia ( Lucas 21 : 25-28 ) :


«Haverá sinais...sobre a Terra, angústia entre as Nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas.

Gente desmaiará de terror...os poderes dos céus serão abalados...

Quando estas coisas começarem a suceder...erguei a cabeças...

...a vossa Redenção se aproxima...»


E à Palavra de Cristo não posso ficar indiferente.



domingo, 20 de março de 2011

O Dólar

«In God we trust»


Como é sabido, nas notas de 1 dólar dos USA esta frase, «Em Deus confiamos» está, desde 1950, inscrita.


Um grupo de ativistas ateus formulou uma petição, por vias institucionais, para que seja suprimida, alegando tratar-se de uma mensagem discriminatória promovendo uma religião. E por isso anti-constitucional.


O Supremo Tribunal emitiu parecer negativo : Trata-se de uma frase "cerimonial e patriota".


Os defensores de exclusão da frase advogam que «In God we trust» transmite a mensagem de que "Crer em Deus é bom"...


Agora dizemos nós, aqui : E não é que, nisso, têm absoluta razão ?!...


É assim mais um combate, exemplar dos intentos reiterados de "limpeza cultural" a que as Culturas de raiz cristã vão estando continuadamente sujeitas !


Outra situação semelhante ( de acordo com a notícia, cuja fonte é o "Diário de Maiorca" ) é a do Juramento sob a Bandeira onde os futuros militares proferem uma frase referindo-se a «Uma Nação sob o amparo de Deus», ( «a Nation under God» ).


Sondagens revelam que 90% ds Cidadãos aceitam a expressão, nas Notas de dólar, «In God we trust» que aliás já aparece nas moedas desde 1860.


Nestes combates não deponhamos armas, nós, cristãos.


«...As Armas do nosso Combate são...poderosas em Deus...contra toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...»

2ª Carta de São Paulo aos Coríntios, cap 10 : 4 e 5.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Montes da Bíblia

Recebi uma mensagem em inglês (de Henry Morris, ICR ) cuja temática vou registar aqui porque é bem interessante.


Há várias Montanhas na Bíblia que marcam acontecimentos chave.


O Monte Ararat onde a Arca de Noé repousou segura.


O Monte de Moriah onde Abraão passou o grande teste de fidelidade a Deus.


O Monte Sinai, onde Deus entregou a Moisés o Decálogo.


O Monte de Sião, em Jerusalém, donde Cristo reinará !


O Monte do Calvário, junto a Jerusalém, onde Cristo foi crucificado, em nosso lugar e onde venceu a Morte.


O Monte das Oliveiras, também frente a Jerusalém, onde Cristo ascendeu ao Céu e aonde virá "tal como o vistes ir".


Finalmente aquela Montanha, a Bela Cidade de Deus, quando Deus estabelecer "novos Céuis e nova Terra", e que será a única depois de "toda a montanha e toda a colina serem abatidas", Isaías 40 : 4.



quarta-feira, 16 de março de 2011

Psicologia e Terapia bíblica

Recentemente, numa publicação evangélica topei com uma reflexão em que se dão diretrizes do foro psicológico para enfrentar os embates na vida.


Úteis sem dúvida.


O autor possivelmente de formação psicológica sabe o que diz, o que escreve..


Dessas diretrizes - umas quantas - só uma foi formulada com cunho bíblico, espiritual.


Pus-me a reler as orientações dadas mas fazendo um exercício mental, e inter-textual : procurei para elas, uma a uma, suportes textuais bíblicos que as justificassem.


Não foi difícil. Cada uma dessas diretivas poderia ter sido enriquecida, apoiada, fundamentada, com as Escrituras e as Normas de Deus !


Que se passa então ?


Algo de lamentável.


É a falta de familiaridade, de inter-relação ativa, entre a terapia psicológica e o aconselhamento bíblico.


Porquê ? Penso que não há uma razão.


E, com a proliferação de Psicólogos nas nossas igrejas, é algo que nos deixa tristes, se não mesmo preocupados.


Não nos calemos, nesse como noutros domínios !




segunda-feira, 14 de março de 2011

Ainda o Carnaval

Que virtude educativa haverá no Carnaval, a ponto de promoverem a participação de crianças nesses festejos publicamente, e no ambito da Escola ?!


É certo que se julga interessante ou pelo menos inofensivo reservar uns dias no ano para folgar, fazer rir, criticar

( frequentemente com baixo nível... ).


Tendo eu sido criado num ambiente religioso evangélico, bíblico, não encontrei suportes afetivos nem racionais para brincar ao Carnaval. Mas também não me impingiram qualquer aversão primária a esse rito anual folgazão, e mesmo muitas vezes com aspetos abusivos como disse.


No tempo do Estado Novo os que se lembram sabem que qualquer crítica irónica e caricatural da ordem política não era admitida.


O Carnaval então restringia-se a alguns excessos de bisnagas de água suja na cara das pessoas, pequenos sacos de areia batidos na cabeça do vizinho, máscaras, disfarces, meninos trajados a isto e aquilo pela rua, "confetis" e fitas de papel colorido por tudo o que era sítio, etc. Não havia exposição de corpos despidos e de sensualismo.


Criei anti-corpos de aversão pessoal por incompatibilidade mental e de caráter com aquilo.


Era-me estranho. E eu não era propriamente um menino sisudo... Gostava bem da risota e da brincadeira...


Não conseguia contudo - como ainda hoje - perceber a razão da jovialidade e do prazer daquele ritual organizado, com muito de objetivos comerciais, claro, e pretensamente folgazão.


Com cenas de riso forçado porque não vem de uma alegria sã, espontânea.


Poderão dizer-me que há locais onde o Carnaval pretende ter vertentes pseudo-culturais, como Veneza, Viena, Roma, etc. Pelo que conhecemos o fundo vazio é o mesmo, a farça é a mesma...


E continuo sem discernir resposta à pergunta de início.


É claro que o Ser humano foi criado por Deus com o dom de rir.


Saber rir, gozar com o que faz rir, de forma saudável, sem sentimentos de desprezo, ou de superioridade fútil e soibranceira, sem folgar com o mal e com os acidentes infelizes, imprevistos e fortuitos que acontecem aos outros, isso é bom.


Ser feliz é também saber rir ! Rir faz bem. Eu gosto de rir. Como toda a gente.


Mas folgar e procurar afogar as agruras da vida na insensatez e no vazio, na vulgaridade, do Carnaval... Nisso não alinho.


Nem os tempos de Hoje se coadunam com esse ritual absurdo.



quarta-feira, 9 de março de 2011

Voltaire e os CALAS

Num post anterior falei de Voltaire, do seu Tratado sobre a Tolerância em que refere o drama suportado pela Família Calas, de Toulouse. No tempo de Voltaire.


Aqui vai fica contado o caso. Aliás como Voltaire mesmo o conta.


Jean CALAS, um comerciante de Toulouse, a Esposa, e Louis,um filho do Casal, eram protestantes.


Tinham uma criada que lhes cuidava da Casa. Era católica zelosa. E ajudara na criação dos Filhos.


Havia outro Filho, Marc-Antoine, espírito irrequieto, combrio, violento, segundo os termos de Voltaire.

Era, este Filho Marc-Antoine, advogado. Mas não sendo católico ( era descrente ) e tendo-se metido em jogos de azar perdeu muito dinheiro e ficou sem recursos.


Não podendo exercer a profissão desesperou, e suicidou-se. Deixou escrito o que faria e porquê. Os Pais, o outro Fiho e um Amigo que comia com eles, encontraram-no morto depois de jantar, no fundo da Casa.


Quando a população da cidade se concentrara na rua, à volta da Casa onde se dera a tragédia e onde a Família chorava lastimando-se, alguém gritou que "certamente fora o Pai Calas que teria enforcado o filho por não ser protestante".


Foi quanto bastou para que toda a turba se lançasse nessa acusação, absurda, mas que levou a Família Calas a Tribunal, onde os juízes, sem prova nenhuma nesse sentido, condenaram à morte o Pai ( morreu no "suplício da roda" ) e mandaram para o cárcere a Mãe, o outro Filho e até a própria Criada, que era católica.


Só uns anos depois, copntinua Voltaire a contar, foi o caso levado até ao Monarca de França de então, Louis XV.


Este mandou que uma instância jurídica superior re-analisasse o caso.


A memória do Pai Calas foi assim reabilitada. A Mãe, o Filho e a Criada foram libertados.


Casos deste salpicam a História mundial com demasiada frequência.


E fanáticos nominalmente protestantes também os houve.


Voltaire não viveu os tempos de Hoje com os fanatismos muçulmanos, indianos e outros... !


E teria possivelmente escrito outro Tratado... ainda que sobre o mesmo assunto.



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sábado, 5 de março de 2011

Voltaire e a Tolerância

O livro de Voltaire "Tratado sobre a Tolerância", que acabei de ler, confirmou-me a ideia que se tem do Autor em geral.


É assim :


Para o seu tempo Voltaire foi sem dúvida um pensador, melhor, um analisador de ideias ousado, interessado no seu tempo.


Mas, curiosamente, é quando as pessoas se pôem a refletir sobre Deus que revelam a verdadeira natureza, e as dinâmicas, do seu raciocínio.


O mesmo aconteceu recentemente com Saramago quando - já o disse aqui no meu Blog - se meteu a falar da Bíblia, de Caim, e "etc's".


E meteu água... pela fragilidade de lucubrações e dos argumentos, eivados daquilo que em francês se chamam "parti-pris", preconceitos.


Volaire, no seu intuito de condenar a Intolerância, fala bem, diz coisas dignas de registo, sem dúvida.


E começa por relatar o caso da Família Jean CALAS, de Toulouse, da segunda metade do séc. XVIII.


Foi um facto dramático. Escreverei um pouco sobre isso num próximo post.


Foi trágico sobretudo porque não foi único.

E mais : Porque é um exemplo histórico típico.


Hoje, séc XXI, há casos desses, como sempre houve, em vários países do mundo.


No entanto : Quando Voltaire pretende provar que a Bíblia está atravessada pela ideia de Tolerância apenas manifesta que não entende nada da verdadeira Revelação de Deus, dos Planos divinos, do Espírito que conduziu as grandes Figuras da Bíblia. E não captou isso da temática de Tolerância/Intolerância aos olhos de Deus.


Voltaire não foi um crente. Talvez o tenha sido - consta... - no momento de falecer, na sua habitação perto de Genebra.


E diz disparates ! Dislates !


Como, por exemplo : Moisés acabou por ser tolerante em relação à idolatria porque mandou fazer uma serpente após ter descido do Sinai com as Tábuas da Lei, e após o surto idolátrico do "bezerro de Arão" !!

E que : Deus castigou os israelitas, já como nação, não por terem aderido aos cultos estrangeiros idolátricos mas sim pela profanação do seu culto !

E mais que : Deus tolerou a idolatria de Salomão !!

( Cap XII do livro de Voltarie )


Que confusão...


Não entendeu nada do Velho Testamento !


Não percebeu as intolerâncias divinas em relação às imagens. Ou seja : o prestar-lhes culto, venerá-las e fazer-lhes rezas como "teopresenças", como "teoativas".


E quanto à cultura romana, que Voltaire incensa somo sendo "super-tolerante", os cristãos lançados às feras, crucificados, queimados por serem crentes no Deus vivo e na Ressurreição de Cristo, isso deu-se - diz Voltaire - a "ódios particulares", a sedições, a atuações individuais por parte dos crentes que lesavam o Estado romano. ( Cap IX ).


Como é possível proferirem-se coisas destas ! E Voltaire não é por anti-cristianismo que afirma o que escreve.


A Revelação de Deus não pode discutir-se sem ter integrado o seu Espírito e compreendido os Planos de Deus.


Deus não tolera em absoluto o pecado, nem aquilo que contesta e que se opõe à sua Justiça, à sua Santidade.

Mas é poderosamente misericordioso para com aquele que se arrepende e se entrega na sua Mão.

E aguarda pacientemente que os Seres hiumanos o reconheçam com tal.

Deverá contudo julgar o Pecado e a Incredulidade.


Deus não é, não pode ser, incoerente.


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