O Louvor
é entendido pelos cristãos - para a grande maioria dos Evangélicos,
pelo menos - como um ato musical em que expressamos aspetos da nossa
Fé.
Há mesmo quem se refira ( no Brasil ) a esses Cânticos que são
produzidos nas igrejas como "músicas" que são cantadas nos momentos de
Louvor. Esse termo tem ( em Portugal ) uma conotação profana,
secular, que não parece ajustado ao Ato de Louvor nas Congregações.
O conceito de Louvor pode, aliás, abranger um leque bem diferenciado de
concretização : pode integrar tempos devocionais, nomeadamente de
Oração, de leitura bíblica, e até de testemunho público de Fé !
Para já os nossos Irmãos no Brasil também por vezes chamam "Canções"
aos Cânticos com que louvamos a Deus. Ora em Portugal uma canção
tem igualmente um sentido semântico profano, embora não pejorativo.
Atualmente, em grande parte do mundo ocidental evangélico o que se
canta nas nossas igrejas tem vindo a ser alvo de comentários a que
devíamos estar atentos.
John Fletcher, na publicação "O Refrigério" ( da família de igrejas
dos "Irmãos" ) editada neste verão de 2015, publicou um texto que parte
de um conjunto de reflexões sobre este mesmo assunto. O que ali se
afirme, quase tudo, coincide com o que penso, sobre o que cantamos e
como cantamos.
É frequente os Cânticos que dirigimos a Deus serem hoje - um pouco
por toda a parte no mundo ocidental, repito, de fraco fundamento
doutrinário e descuidados linguisticamente.
Quanto à doutrina, por exemplo, quase não há referências à Segunda
Vinda de Jesus Cristo, à Missão do crente em levar almas a Cristo, e em
divulgar as Escrituras na Sociedade. Há como uma relutância (
condenável ) em referir o "pecado", talvez para não chocar os
visitantes na igreja ainda não salvos. O que é errado. Não se fala no
sangue de Cristo pelo qual fomos salvos. Talvez pela mesma razão...
para não melindrar as pessoas de fora. Não se referem as múltiplas
Promessas de Deus. Etc.
Muitas formulações de caráter teológico são superficiais; não
confirmam com clareza específica e sem rodeios as Verdades únicas
insofismaveis da Fé, da Bíblia !
Deveríamos reagir destemidamente a esta situação.
Quanto ao aspeto linguístico são múltiplos os descuidos ou a
ignorância... que não honram o Deus a quem prestamos Culto ! Na
pontuação, na acentuação, no uso criterioso de maiúsculas com as quais
se deve diferenciar, por exemplo, o Amor divino do amor corrente, carnal, a Fé, bíblica, do filho de Deus, da fé, como espetativa corrente do que espero que me aconteça, ou que espero obter amanhã ... Redenção, Redentor, Salvação, Céu, o Nome
( de Deus ), etc., etc. não podem ser referidos despreocupadamente
como se fossem coisas correntes, e não conceitos distintos, específicos !
Os Cânticos, ou Hinos, têm também, iniludivelmente, uma função de ensino, de edificação espiritual.
Uma grande parte dos Cânticos que se cantam atualmente expressam o que o crente sente, ou o que quer sentir, as suas emoções, o que ele quer ter
de Deus. São predominantemente egocêntricos. Em vez de acentuarem o
que Deus fez e faz, o que o Senhor promete, em termos de linguagem
bíblica.
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