Fazer anos
Mas os anos fazem-se ?
Que disparate ! Como diria o Guerra Junqueiro.
Não. Não é disparate.
Os anos cumprem-se, completam-se, é certo. Assim também se diz no português corrente.
Mas os anos são ao mesmo tempo construção.
São igualmente o acumular de factos. São um aforrar de comportamentos. E de asneiras.
Também são um crédito de benefícios. De que nem sempre somos conscientes. De que nem sempre somos gratos.
Fazer anos é um património que se contabiliza, para o tornar num rendimento funcional, capitalizante.
Ser rico em anos ?
Eis o que por vezes nos escapa.
Fica a ideia do desgaste. Negligencia-se a ideia do enriquecimento. Está errado.
Os anos de vida, uma riqueza ?
Sim. Mas uma riqueza, seja de que conteúdo for, quando guardada no colchão como faz um avarento, vale zero.
Só é válida se capitalizar dividendos para os outros !
«Ouve, filho meu, e aceita as minhas Palavras.
Multiplicar-se-ão os anos da tua vida !»
Etiquetas: Pessoal