Gosto de escrever
terça-feira, 31 de março de 2015
Li agora o livro do Pe. Anselmo Borges, "Deus Ainda Tem Futuro ?", uma edição recente, de 2014, da Gradiva.
É mais um texto a testemunhar das convicções liberais, racionalistas, de grande parte do Clero católico-romano.
Nem
sei se há estatística nesse domínio. Mas é uma constatação que muitos
de nós, Evangélicos, vimos fazendo há já uns anos : Os Sacerdotes
católico-romanos ( globalmente; e não só... ) tomam a Fé cristã com um
cunho claramente pós-moderno, pró-subjetivista, anti-fundamentalista.
Com uma hermenêutica das Escrituras Sagradas predominantemente
metafórica, repudiando a leitura literal.
O
confronto polémico, dogmaticista, que existia há umas décadas com os
Protestantes, nomeadamente, não funciona hoje. Se algum confronto se
dá tem outros termos, outra argumentação filosófica, com a recusa de uma
hermenêutica tradicional das Escrituras Sagradas.
E
o que marca a forma de encararem os Evangélicos, tal como outras
convicções religiosas, é o que chamam a Tolerância e o Pluralismo.
Claro
que "Fátima" e as "superstições" subsistem. São suportes sistémicos
que seguram o catolicismo junto do povo. Tal como a manutenção do bloco
monolítico, virtual, de Tradição doutrinal.
Mas a Igreja Católica Romana já não é a mesma.
( Isso
explica e justifica o empobrecimento semântico, no campo teológico, que
nos afasta da Versão "Biblia-Para-Todos", por exemplo )
sexta-feira, 27 de março de 2015
Morrer quando Deus entender...
Recebo diaramente um comentário à atualidade portuguesa do jornalista José Manuel Fernandes, intitulado OBSERVATÓRIO.
Liam-se, num texto recente desse Observatório, umas linhas
interessantes sobre a eutanásia. E sobre alguém que, num jornal inglês,
publicou há tempos um artigo intitulado «Why I Hop to Die at 75». A que mais alguém respondeu : «Why I Hope Not to Die at 75»; «Porque Espero Não Morrer aos 75»
Pensei deixar aqui o que penso.
Então,
«Porque espero morrer simplesmente quando Deus entender ?»
As capacidades podem declinar, claro.
Mas...
1. As emoções são mais genuínas e vibrantes.
As relações com os Outros são mais verdadeiras e fortes.
2. Há atividades específicas - umas mais simples que outras - que podem preencher-nos a vida e serem úteis a outros.
Mantêm-nos úteis.
Podem deixar marcas na vida dos outros.
3. Sendo crentes, cristãos, filhos de Deus, é maior ainda a nossa
dependência de Deus nosso Pai. Porque a vida que continua a ser-nos
dada é da exclusiva vontade divina.
É assim uma forma de mais interessadamente nos sentirmos gratos, e de louvarmos a Deus.
E de sermos disso - e de tudo o mais que torna viva a nossa Fé - testemunhas de Deus junto dos outros, os que mais amamos e os que simplesmente contactamos com boa disposição
Etiquetas: Fé
sábado, 21 de março de 2015
Arte ( No «Dia Europeu da Criatividade Artística» )
A Arte Moderna, ou a Contemporânea - na opinião de muitos Críticos
- expõe a experiência vivencial humana. De forma não figurativa, mas
sugerindo, impressionando.
Não está interessada particularmente em linhas, em formas, em sons
harmoniosos que transmitam emoções, mas antes em imagens que sugiram o
real, frágil, vulnerável, muitas vezes sem significado. E isso pode
agradar à mente.
Não sou particularmente admirador dessa corrente hodierna de Arte. Mas reconheço-a como um grito, um clamor, um berro... !
E faz pensar...
Até porque muito dessa produção a que chamam artística são estudos, são reflexões que levam a procurar...
Mas repugna chamar a isso "Arte".
Eu sinto-me bem contemplando uma Obra de Arte, mesmo que não me leve a pensar. Mas
que me "leve"...
que me transporte além ...
que me impulsione, não a um estado de espírito, mas a um estar. Emocionado.
A um estar gostando de estar.
Tendo prazer em ver ...
em ouvir ...
em ler ...
numa compatibilidade natural com a Harmonia, com o Equilíbro, com o Ritmo,
das linhas, das formas, das cores. Dos sons. Das ideias. Das frases.
E por vezes leva-me a questionar, como visionador : "E Deus, não tem nada a ver com isto ?"
Perante uma Obra de Arte "criativa", de Arte que é, ela própria criadora, um Cristão clama :
"Aqui Deus não é um estranho. Isto é Domínio seu !"
Daí que, se aquilo que vejo exposto numa obra dita artística não passa
de afronta, não é mais que lixo, por vezes repugnante, não posso aceitar
como Arte.
Arte não terá a ver, em termos de relação direta, com o que é Moral. Nem com o que é religioso.
Mas Arte é um Produto do Deus Criador.
Foi Deus quem nos criou capacitados para amar o Belo, para apreender
- dentro dos nossos limites - o que é Belo. Para produzir o que é
Belo
Por isso, Arte, é inconciliável com perversão, com ultraje, com violência, que insultam Deus !
*
«Chamei a Bezalei e o enchi do Espírito de Deus,
de habilidade, de inteligência, de conhecimento
em toda a Arte,
para elaborar desenhos e trabalhar
em ouro, em prata, em bronze,
para lapidação de pedras...
para entalho de madeira,
para toda a sorte e lavores.»
Êxodo 31 : 1 a 5
Etiquetas: Arte
sexta-feira, 20 de março de 2015
Poemas de Deus ! E «Felcidade»...
Chegou-nos,
via @, um bonito e estimulante comentário ( deo Cientista Evangélico
Henry M.Morris, falecido há 8 anos ) ao Texto bíblico, de caráter
exegético e linguístico, que vou deixar registado aqui. Até porque amanhã, 21, se comemora o "Dia Mundial da Poesia")
Romanos 1 : 20 fala-nos das "coisas criadas" através das quais claramente se reconhecem os atributos de nosso Deus.
O termo, no original grego, para "coisas criadas" é ποιημασιν, «poemas» ( no plural ).
Isto faz-nos não esquecer que todo o Universo é como se tivesse sido
criado com o cuidado e o Amor com que um Artista faz um POEMA !
Mas há mais.
Efésios 2 : 10 diz-nos que "somos criados" em Cristo para as Obras que Deus preparou para andarmos nelas.
E aí também, no grego, o termo "somos criados" é ποιημα, «poema».
O que nos leva a deduzir, penso que com licitude espiritual, que o
intento de Deus é sermos - que a Igreja, Corpo de Cristo, seja - um
POEMA de Beleza, de Harmonia, de Encanto.
E de Louvor a Deus !
( Hoje dizem que se celebra o "Dia Internacional da Felicidade" :
«F e l i z
aquele que respeita o Senhor
aquele que respeita o Senhor
e anda nos seus Caminhos !»
Salmo 128 )
Etiquetas: Poemas
quinta-feira, 19 de março de 2015
O Novo Nascimento
Li recentemente num livro de Donald A. Carson, «O Deus Presente», algo que pela sua clareza e pelo que tem de óbvio, se impõe à nossa racionalidade.
Há pessoas - bem intencionadas até - que entendem o Novo Nascimento de que fala o Evangelho ( João cap. 3 ) como uma reforma da personalidade. A qual - afirmam os críticos da Fé cristã - não é, por vezes, assim tão radical; não sendo mais do que "um compromisso" que se toma.
Donald A. Carson, em unísono com todos os filhos de Deus de convicção firme, esclarece :
O Novo Nascimento é muito mais que "um compromisso" pessoal do crente.
A Criança que está prestes a nascer não faz um compromisso de sair do seio da sua Mãe.
A Mãe é quem faz todo o trabalho e dá à Luz o Bébé.
Os Pais são assim a fonte de um novo nascimento.
É pois algo de bizarro falar do Novo Nascimento espiritual, conforme as Palavras de Jesus Cristo, como de um "compromisso" assumido por aquele que "nasceu de novo".
O que se passa - em termos espirituais e de Vida cristã - é que aquele que crê e quer relacionar-se intimamente com Deus aceita submeter-se a "nascer de novo".
E Deus então, pelo seu Espírito Santo, faz a sua Obra !
Etiquetas: Fé cristã
domingo, 15 de março de 2015
Saltar de Alegria
«Tudo tem o seu tempo determinado.
E há tempo para todo o propósito
debaixo do céu.
Há tempo de nascer,
tempo de morrer, (...)
tempo de saltar de alegria, (...)»
Livro do Eclesiastes, 3 : 1 e 4.
«...para que tenham o meu Gozo completo em si mesmos»
João 17 : 13.
«Alegrai-vos sempre no Senhor !
Outra vez vos digo :
Alegrai-vos !»
Carta aos Filipenses, 4 : 5
Etiquetas: Fé
sábado, 14 de março de 2015
Os Evangélicos em França. Nota
O
Protestantismo criou raízes, em França. A partir da Revolução
Francesa, e do séc. XVIII, prevaleceu a Tradição por força de muitas
conjunturas estranhas à Fé, e a convicções bíblicas genuínas.
Hoje há uma Congregação Evangélica para 30 000 habitantes.
De 769 igrejas locais há uma década, mais ou menos, este número subiu
para 2 200, sem contar com várias centenas de lugares de culto ligados à
imigração.
Uma Igreja Evangélica em França está acessível a menos de 30 m de
estrada em 87% do território nacional, Em 42% do Hexágono ( a França )
existe um Culto Evangélico em menos de 15 m de deslocação por estrada.
O Laicismo é tido como um Valor da República. Os Evangélicos contudo
lutam para que não se confunda Laicismo com o simples repúdio público
de Deus e da Fé cristã. Veja-se a proibição que aconteceu recentemente em São José, na Costa Rica. Valores fundamentais e até humanistas têm a sua
raiz no Cristianismo.
A Escola pretende divulgar o ensino laico do facto religioso. O que
poderá conduzir a visões erradas e prevertidas da religião, sobretudo
atendendo à grande incultura dos professores nesse domínio. Tendo em
consideração igualmente a forte pressão do Islamismo, a 2ª religião em
França atualmente.
Estamos convencidos de que muito do que se passa hoje em França, como
noutros países ( em Espanha, por exemplo, e nalguns países do
leste europeu como a Polónia e a Hungria ) pode ser-nos útil a nós,
portugueses.
Em Portugal os Evangélicos, em termos globais, são, Hoje já, uma
presença de forma alguma dispicienda, falando de pressão cultural e de
opinião pública. O que a Comunicação Social e os Poderes Públicos
insistem em fingir que ignoram...
E os tempos preocupantes que atravessamos não admitem esse fingimento.
Etiquetas: Evangélicos
terça-feira, 10 de março de 2015
Cristãos ainda muito presos ao lado de lá...
Segundo uma sondagem efetuada em diversas igrejas protestantes nos USA, pelo Instituto "Lifeway Research", menos de 50% dos crentes oram pedindo perdão a Deus em sinal de arrependimento.
Tal como no que se canta na igreja, também aí não há sinais nem menção de arrependimento, nem se fala de pecado...
Pior ainda : 20% confessam ter orado a Deus para ganhar a Lotaria !
14% já oraram para que o Senhor os vingue dos que os feriram.
11% pedem a Deus a vitória para a sua equipa desportiva.
7%, para não serem apanhados quando conduzem em excesso de velocidade.
( De "Documents Expériences", 1º trimestre de 2015 )
«Portanto orarão assim :
"Pai nosso que estás no Céu ( ... )
Faça-se a tua Vontade,
na Terra, como é feita no Céu ..."»
Mateus 6 : 9, 10
Etiquetas: Oração
sábado, 7 de março de 2015
Dia Internacional da Mulher
Dia Internacional da Mulher
8 de março
A Mulher foi criada, por Deus, com uma natureza específica - em
termos de sensibilidade, de emoções - com uma missão específica :
ser uma presença complementar quando forma um Casal com o Homem. Serem
os dois uma "Dupla", de suporte, de enriquecimento complementarizante..
O termo "complementar" não induz em nada a uma secundarização, a um
segundo plano. Antes carrega uma noção de "indispensabilidade".
O Homem - disse deus - ...
«...não é bom que esteja só» !
Génesis 2 : 18.
Serão...
«... os dois num só».
Gén 2 : 24
Não posso entender essa corrente humanista, contemporânea, chamada do
"Género" : a criança ser educada no sentido de, a certa altura,
escolher o sexo em que melhor se sente, rapaz ou rapariga !
Então e o organismo, a anatomia ?
Que loucura ! É repudiante !
Por outro lado a Mulher não substitui o Homem indiferentemente, seja em que papel for na Sociedade.
A Mulher - com certeza - tem capacidade para fazer Política, para dirigir Comunidades, para presidir a Instituições.
Mas se ela esquece o propósito divino original, matricial, ela degenera
o desígnio superior para o qual lhe foi dada existência distinta.
A Sociedade é, Hoje, aquilo com que nem se sonhava há milénios. Mesmo há décadas o mundo era bem diferente.
Mas a Mulher não esquece, não pode esquecer, a sua sensibilidade
própria, "feminina", a sua capacidade genuina de ternura, a sua visão
particular do real, daquilo que acontece, do que "pode vir a ser"...
E quando tem filhos, no seio do Matrimónio, ser Mãe !
Etiquetas: Cultura
sexta-feira, 6 de março de 2015
A Ponte
Que ponte
nos fará passar para lá ?
«Eu
sou o Caminho,
a Verdade,
a Vida.
Ninguém vem ao Pai
senão por Mim !»
João 14 : 6Etiquetas: FÈ
quarta-feira, 4 de março de 2015
Linguas diferentes. Porquê ?
Celebrou-se, com alguma discreção em 21 de fevereiro o
Dia Internacional da Língua Materna.
Como Professores de Português, a Henriette e eu, uma celebração nesse domínio não nos é indiferente.
Embora com atraso, aqui ficam alguma considerações.
Só Deus sabe, e muito possivelmente nós o saberemos também um Dia, por
que razão não há uma só Lingua para todos os Seres humanos, atendendo a
que todos temos uma mente funcionando identicamente.
De acordo com a Bíblia parece ter sido essa a vontade de Deus quando nos criou. Portanto, bom para a Humanidade.
Foram os acontecimentos de Génesis 11 ( vs. 1 a 9 ), que fizeram que se gerassem línguas, próprias para cada povo.
Cada povo tornou-se assim autónomo. E talvez isso tivesse ajudado a um
desenvolvimento cultural mais rápido para cada unidade antropológica,
mais rico porque específico e mais livre.
Nasceu o conceito de "Língua Materna". Nada menos que por Vontade divina !
Mas há outro aspeto no qual gosto de pensar.
Os Povos tiveram a partir de então mais dificuldade em se
inter-relacionarem, em produzir obras comuns. Nasceu a
internacionalização !
Ora, essa barreira que se formou, por vontade de Deus, entre as Nações obrigou a um esforço.
Dificuldades já as havia antes, claro. E havia conflitos. Só que a
língua era só uma, com marcas diferenciadas entre umas gentes e outras,
muito provavelmente de cunho lexical e semântico, e certamente fonético,
de pronúncia. Mas entendiam-se todos, sobre a face da Terra.
Agora, cada conjunto nacional tendo a sua língua própria, a sua língua
materna, esse empenho em conhecer a língua dos de outras regiões, que
seria muitas vezes uma necessidade de comunicação e de comércio entre si
( com casamentos a ajudar ) tomava caráter de uma procura,
eventualmente, de áreas de pensamento comum. O que era positivo... E
sobretudo de aprendizagem "do falar dos outros", em especial dos mais
dependentes em relação aos mais evoluídos, compreende-se.
Essa procura "do outro" que é estrangeiro, esse querer diminuir a
barreira linguística, e cultural, passou a ser de todos os séculos. Até
hoje !
Aproxima. Mas agora com diligência. E isso, não é ser contra a
"língua materna". É como uma conquista cultural que pode criar união,
facilita projetos comuns. Constrói grandes Comunidades.
O Espírito de Deus, no Pentecostes, veio abençoar essa ultrapassagem linguística. Mas não combateu a língua materna...
Assim a divulgação internacional da Fé cristã e da Bíblia como
Revelação escrita da Palavra de Deus, é um fruto do Espírito de Deus.
Os filhos de Deus acabam por se expressarem todos, em qualquer lugar da
Terra, numa "Linguagem mental e conceptual" idêntica.
Como será a Linguagem no Céu, na Presença de Deus ?. Sabê-lo-emos um Dia !
Deus sabe o que faz.
Etiquetas: Linguística e Fé
segunda-feira, 2 de março de 2015
Pormenores pessoais no Novo Testamento
Sendo que a Bíblia é a Palavra de Deus, que razão terá levado o
Espírito de Deus a inspirar determinados detalhes do foro pessoal ?
Por exemplo. Paulo pede a Timóteo, na sua 2ª Carta, que lhe traga «...a capa que deixara em Troade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos». ( 4 : 13 ). E a Timóteo também, mas na 1ª Carta recomenda-lhe : «Não continues a beber somente água. Usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frquentes enfermidades».( 5 : 23 ).
O cap 16 da Carta aos Romanos está cheio de nomes que a História da
Igreja Primitiva não registou como particularmente notórios. O mesmo se
passa com a Carta aos Colossenses, 4 : 7 a 17. E na 2ª a Timóteo 4,
depois de referir uns quantos nomes, pede : «Apressa-te a vir antes do inverno».
Há outras referências de caráter pessoal, aparentemente sem grande projeção espiritual.
É no mínimo curioso e faz refletir.
A Bíblia é um Texto divino que nos transmite o interesse, o Amor de Deus, que se empenha em cada um de nós !
Deus não nos vê como mutidões de crentes que vão estar presentes no Céu.
Deus conhece-nos pelo nome. Ama-nos, pelo seu Espírito Santo, um a um.
Essas referências de pormenor individual são a expressão concreta disso mesmo.
Essas pessoas nomeadas, os detalhes deixados naturalmente no fluir da
escrita e do que pensava quem escrevia, como que representam,
simbolizam, não virtudes ( no que se concerne as pessoas ), ou situações
notórias, mas o nível atento de Deus mesmo, que tem os nossos nomes
escritos, de cada um de nós, no Livro da Vida ! Fil 4 : 3; Apoc 21 :
27.
«...um por um...» ! Apoc 20 : 13.
Etiquetas: Biblia