quinta-feira, 30 de junho de 2011

Arte e Beleza

Jules Ferry, de cujo livro, "La Révolution de l'Amour", escrevi um pequeno comentário de leitura há dias, conta nesse mesmo livro que num encontro de amigos e pensadores atirou para reflexão, embora de passagem e quase um tanto de forma discreta, a ideia de que Arte deveria ter, no mínimo, alguma marca de Beleza.

Riram-se-lhe na cara, conta ele. E JF não é propriamente um "saloio" nestes contextos "bem pensantes".

«Que tem a ver uma coisa com a outra ?» retorquiram-lhe. «Beleza sob que conceito ?»

Não sabemos - porque JF não no-lo diz - como é que ele próprio terá avançado com uma resposta à reação desconstrutora desse cenáculo de amigos.

E nós...constatamos. E ficamos a ver !

Desolados, com a incongruência !

Se Arte não veicula Beleza, o que é afinal Arte, Hoje ? Que é Beleza ?

Nomes às coisas é fácl de dar.

A questão é, que coisas são as coisas a que damos nomes...

É verdade quando Saramago escreve nas «Intermitências da Morte» e com razão :

"Com as palavras todo o cuidado é pouco. Mudam de opinião como as pessoas"

Mas Arte sem Beleza tem para mim sabor a perversão de conceitos básicos, a que São Paulo se refere nas sua Carta aso Romanos no 1º cap, vers 25...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Salmo 91

2047 - Salmo 91

1. Aquele que habita sob a protecção do Altíssimo
e mora à sombra do Omnipotente,

2. pode exclamar: "Senhor, Tu és o meu refúgio,
a minha cidadela, o meu Deus, em quem confio!"

3. Ele há-de livrar-te da armadilha do caçador
e do flagelo maligno.

4. Ele te cobrirá com as suas penas;
debaixo das suas asas encontrarás refúgio;
a sua fidelidade é escudo e couraça.

5. Não temerás o terror da noite,
nem da seta que voa de dia,

6. nem da peste que alastra nas trevas,
nem do flagelo que mata em pleno dia.

7. Podem cair mil à tua esquerda
e dez mil à tua direita,
mas tu não serás atingido.

8. Basta abrires os olhos,
para veres a recompensa dos ímpios.

9. Pois disseste: "O Senhor é o meu único refúgio!"
Fizeste do Altíssimo o teu auxílio.

10. Por isso, nenhum mal te acontecerá,
nenhuma epidemia chegará à tua tenda.

11. É que Ele deu ordens aos seus anjos,
para que te guardem em todos os teus caminhos.

12. Eles hão-de elevar-te na palma das mãos,
para que não tropeces em nenhuma pedra.

13. Poderás caminhar sobre serpentes e víboras,
calcar aos pés leões e dragões.

14. "Porque acreditou em mim, hei-de salvá-lo;
hei-de defendê-lo, porque conheceu o meu nome.

15. Quando me invocar, hei-de responder-lhe;
estarei a seu lado na tribulação,
para o salvar e encher de honras.

16. Hei-de recompensá-lo com longos dias
e mostrar-lhe a minha salvação."


(url)


Fiz "copy" deste Salmo no Blog do Prof Pacheco Pereira.

Achei digno de nota que este Senhor, um Político, pensador, tenha tido o impulso de publicar no seu Blog um Salmo tão belo e profundo.

Aqui fica a minha admiração e elogio.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Comentário

Um Amigo de longa data, cristão, da Ação Bíblica, emprestou-me um livro, de leitura um tanto pesada pelo estilo de exposição mas com ideias interessantes. «La Révolution de l'Amour», de Jules Ferry. Da Plon. Um livro recente. O Autor foi ministro de Jacques Chirac; ou da Cultura ou da Educação; já não me recordo.


Proporciona uma leitura interessante. Por isso faço aqui uma referência passageira.Tomei umas notas na base das quais escrrevo estas linhas.


É penoso para mim ler um livro que não me pertence porque não me permito sublinhá-lo. E sublinhando cativo as ideias, usufruo-as, disfruto delas... Foi um hábito que adquiri desde a Faculdade. E é assim por exemplo que leio a Bíblia sempre. O que me leva a ir comprando Bíblias de uso pessoal ao longo de vida...!


Mas voltando ao livro de que falava. O título é enganador. O Amor para JF é um Valor de interesse solidário, de dádiva, de conhecimento "do outro", sobretudo "de mobilização quando há sofrimento".


JF não é crente, cristão. Vê o Cristianismo como inspirador do que chama "espiritualidade laica". Ou seja, refletir numa "vida boa, mas sem passar por Deus nem pela Fé".


E define então o tempo presente como marcado por três dinâmicas, que desenvolve depois.


- A desconstrução das Tradições, nomeadamente a do cartesiaismo da "Modernidade", das "Luzes" do final do séc XVIII. E a do Deus judaico-cristão.


- A mundialização liberal.


- E por fim aquilo a que dá o nome de "sacralização do humano"; mas concretizada de forma estoica, sem prisão ao real, porque este está em "constante metamorfose". "Sagrado" aliás, para Jules Ferry é "aquilo pelo qual vale a pena sacrificar-se". São Paulo responde a isto, por exemplo, na Carta aso Romanos, 5 : 21.


Um cristão encontra neste livro coisas que o fazem pensar, naturalmente. Um leitor assiduo e interessado da Bíblia chega no entanto à conclusão de que só a perspectiva da cosmovisão cristã permite uma reflexão segura sobre a natureza humana, sobre a razão de sermos o que somos e de estarmos onde estamos. Do mundo como é. E da Eternidade !

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O crucifixo

Em março passado, há portanto uns três meses, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos sentenciou quanto ao retiro de crucifixos das Salas de Aula na Itália, e por arrasto, em todo o lado da UE.


Todos soubemos dessa decisão da UE em mais uma vaga de laicismo.


Os Evangélicos, lá no fundo, nunca viram muito pacificamente a presença desses crucifixos.


Eu, por exemplo, cresci a vê-los, durante ditadura de Salazar e do "Estado Novo", em todos os cantos das Escolas e até das Administrações Públicas.


No entanto depois da Revolução dos Cravos entrámos também na onda do "laicismo democrático".


Uma das razões do distanciamento dos Evangélicos quanto ao crucifixo era justamente porque expressava uma religiosidade de cariz meio político, controladora de excessos liberalizantes : ser bom católico era ser bom salazarista; e os protestantes foram segregados durante a ditadura.


Outra, era que o crucifixo se tornava alvo de uma devoção feita de rezas e de "sinais da cruz". Algo a que os Evangélicos eram estranhos, na sua Fé bíblica e no Senhor Jesus Cristo resuscitado.


Ainda mais uma razão era - e é - que a Fé dos crentes de raiz bíblica se baseia mais num Senhor que já não está na Cruz mas está vivo, presente no Céu, intercedendo por nós.


Ora - e segundo notícias veiculada pelo Breakpoint de Colson - o referido Tribunal Europeu achou que os cruicifixos podem muito bem continuar onde estão, nos sítios públicos, porque na verdade «(...) não são verdadeiramente símbolos religiosos mas antes expressão cultural de Valores de Liberdade, de Direitos humanos, base do Estado secular moderno»


Mas quanto aquilo que a Cruz de Cristo é, ou seja a Redenção da Humanidade pecadora, a sua Liberdade sim, mas da escravidão do pecado, quanto a isso "disse nada" !


E eis os Evangélicos a tomarem de novo posição mas agora de sinal conttrário. A Cruiz não é um símbolo passivo. É um apelo a uma Vida Nova, por Cristo, a uma relação renovada e renovadora, revolucionária, regeneradora, com Deus.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pentecostes !

Comemorámos ontem PENTECOSTES.


Julgo - não estou certo, e gostava que me esclarecessem - que são poucos os meios, as Congregações, as igrejas locais, - no contexto Protestante ou mesmo Evangeoico - que comemoram esta data, que tem um significado imenso :

Começou então a Igreja de Cristo, universal.


Mesmo a igreja católica romana, faz as sua Missas contextuadas, mas Pentecostes e o seu Significado profundo dilui-se no formalismo, no ritual.

Há algo de errado nesse desprendimento celebrativo.


Páscoa, tal como Natal, Ascensão e Pentecostes são Marcos fundamentais na História do Cristianismo universal.


Mesmo que restringíssemos a referência ao simples âmbito da Cultura teríamos reflexões bem abrangentes e justificadas a fazer.


Pentecostes, serm pretender emitir pensamentos profundos, deu


uma forma diferente, revolucionária, de Deus intervir junto do Ser humano, judeu e bárbaro ou "grego",


um modo diferente em absoluto na nossa relação com Deus,


um sentido totalmente renovado da presença do Homem na Terra, da Ética dos seus comportamentos, da Justiça que os configura,


um signficado inédito de"Fé",


nascimento a uma Força viva, nova, imensa na sua projeção mundial, a Igreja, formada pelos que, arrependidos, Atos 2 : 38, foram investidos no «direito de serem filhos de Deus, os que crêem no seu Nome», João 1 : 12.



Até então era uma Celebração de entrega, de dádiva a Deus, em Israel, a Festa de Colheitas,. Dava-se a Deus sa Prímícias das Colheitas.


Pentecostes é a Dádiva de Deus, o revestimento de Poder. Para Deus mudar o Mundo, a Vida, pela Pregação do Poder do Evangelho.


domingo, 12 de junho de 2011

Ação Bíblica em Portugal


Volta e meia dou comigo refletindo sobre aquilo que é a - ou o que nos caracteriza e define como Família evangélica com o nome de - AÇÃO BÍBLICA.


Se quisermos evitar o delinear o nosso perfil por contraste negativo - sermos "Ação Bíblica" porque não somos como "x", como "y", ou como "z" - julgo que podemos considerar :


Primeiro, um historial fundacional, a partir do segundo quartel do séc XX, e na Suíça, em que se foram gerando as linhas de força da "Família Evangélica", também chamada "Obra Missionária", da AB. Ou seja :


- A Divulgação intensa das Escrituras, da Bíblia, ao mesmo tempo que


- A Defesa e a Afirmação da Bíblia como Revelação divina, escrita, sem erros, como Palavra de Deus. E numa época de preponderância do liberalismo e do racionalismo teológicos. Isto a par do ensino empenhado das Escrituras ( Escola Bíblica de Genebra, da AB, em Cologny, Genebra, Suíça ) e nas Congregações locais.


- A Pregação do Evangelho e o Evangelismo pessoal, e em grupos, de forma constante como expressão prioritária da vid das igrejas locais ( não se chamavam assim; evitava-se um termo carregado de preconceitos formalistas e legalistas da cultura protestante suíça da época ). A visão do Destino Futuro da Igreja, da Segunda Vinda do Senhor, e dos tempos medianos antecendentes de Ggrande Tribulação, eram constantes proféticas nas Mensagens.


- O envio de Evangelistas e de Missionários onde Deus chamava e onde fosse possível, perto e longe, aquém e além fronteiras.


Cabe-nos sermos fiéis a essas dinâmicas.


Atualmente esses parâmetros dinâmicos não são os mesmos, há já umas décadas. A vida cultural e em sociedade, os Valores, a mentalidade das pessoas, a vida e os contextos socio-políticos alteraram-se, é certo, tanto com o pós 2ª G.-M. como com os acontecimentos notáveis que marcaram toda a década de sessenta do séc. XX, e em todos os domínios.


Mas se quisermos repensar e afirmar a nossa identidade como AB temos também - e pelo menos - que tornar efetivos, com a ajuda do Espírito de Deus, os três vetores simbolizados no nosso logotipo :


A Espada do Espírito como base geradora da nossa palavra profética, afirmando a integridade e a infalibilidade das Escrituras, e da ação evangelistica e missionária.


A Trombeta como proclamação clara e sonante do Evangelho de Cristo e da Mensagem de Deus. E


A Chama da Fé, acesa, viva e ardente, combativa, nos tempos conturbados de Hoje, precedentes da Vinda gloriosa do Senhor.


Não esqueçamos que a nossa HIMNOLOGIA pode ser e é, sempre, uma forte área de edificação, de coesão espiritual e de impulso espiritual.




sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Ascensão de Cristo

Comemorou-se ontem, dia 2 de junho, a Ascensão de Cristo. Facto fundamental para a nossa Fé : A Glorificação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador.


Veja-se a doxologia que São Paulo trancreveu na sua Carta aos Colossnses, no cap 1, vers. 15 a 20.


A Ascensão culminou o Senhorio de Cristo, a sua Missão universal, cósmica, como Senhor da Criação.


E aqui está um país que se diz de raizes culturais cristãs e onde a ASCENSÃO de CRISTO deixou de ser assinalada !


Como era no tempo do Estado Novo, aliás. Mas chamava-se-lhe apenas : o "Dia da Espiga" ( Ainda é feriado Municipal no Concelho de Loulé ).


Lamentavelmente curioso...


E isto acontece quando temos feriados comemorando a "Imaculada Conceição" e a "Assunção" de Maria, invenções da "tradição" religiosa sem qualquer fundamento bíblico.


E como agravante verificamos que a grande maioria dos cristãos nem se lembra da Ascensão !!


Os católicos celebram uma Missa. Mas não me consta que passem daí...


Não será que nós - todos os crentes - deveríamos rever isto nas nossas mentes... ?


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Portugal no séc XVIII

Peguei, um pouco por acaso, num livro que li em tempos - não que me falte leitura... - que gostei de folhear de novo.


"RETRATOS DE PORTIUGAL, Sociedade e Costumes", de Arthur William Costigan. Ed. "Caleidoscópio", fev 2007. Uma coletânia de Cartas que o autor escreveu a partir de Portugal na qualidade de engenheiro militar.


A Carta XV foi escrita precisamente de Faro, nessa altura uma cidadezinha minúscula.


E vale a pena transcrever :


«...uma boa educação é a maior fortuna que um homem pode ter. E especialmente uma mulher. No homem uma mais ampla visão das coisas melhorada pela razão e pela reflexão pode...livrá-lo de conhecimentos errados. Na mulher, mesmo que se considere a sua capacidade racional igual à nossa...o seu modo de vida uniforme e estacionário priva-as de muitas oportunidades de que gozamos. A ausência de raciocínio...fazem-nas aderir obstinadamente a opinioões já feitas, sem reflexão nem comparações.


«Deveis saber que tanto em Espanha como neste país quando um protestante pretende casar com um católica romana o núncio do Papa concede-lhes uma dispensa, pagando-a. Porque sem dinheiro Roma não concede nada...»


Delicioso !...