A vida atual está carregada de conteúdos emocionais.
Futebol, sexo, consumo, bem-estar pessoal, música de apelo aos sentidos, que sei eu mais !
( Com algumas lágrimas vertidas a favor dos que têm fome e vivem sós... )
Viver com "paixão", "adorar" isto e aquilo, ter como "paixão" pessoal esta ou aquela atividade, desporto, área de desfrute...
É um termo quase vazio de semântica.
É frequentemente um bordão linguístico; e pouco mais.
Mas é denunciador de um modo de estar; melhor : de encarar a Vida.
No pensamento, não pode haver reflexão sensata, objetiva, com paixão à mistura.
E na área da religião é onde os perigos ( de corrupção semântica ) são mais intensos.
Ter fé nesta ou naquela figura santa, chega para uma enorme maioria que se diz cristã. Mas sem fundamento racional, textual bíblico, coerente.
Entre os evangélicos fala-se também com alguma frequência em "paixão" : paixão pelas almas para as ganhar para Cristo, paixão por Cristo, etc...
Até se fala, e se canta - calcule-se ! - em "estar amarrado" a Cristo, por força da importação da vertente brasileira do português.
É uma forma primitiva e irrefletida de expressar a intensidade da relação com Deus.
Choca-me, a mim e a muitos. E preocupa-nos.
A Fé cristã ( escrevi agora Fé com maiúscula ) não se compadece nem de emotivismos de tendência extremista, nem sequer de "dialetos" ( passe o termo ) com cariz doentio, excessivo, mesmo insensato, e até fugaz. Como é qualquer paixão; lembrando a "vaidade", do Pregador bíblico Eclasiastes.
Paixão e Fé evangélica são incompatíveis.
O Cristão tem convicções firmes, bem fundamentadas, parametrizadas pela Revelação divina escrita, filtradas por uma razão esclarecida numa Vida nova obtida por Cristo que regenerou e domina todo o seu Ser.
Eu - e milhões - amo Cristo. Amo Deus.
Não estou apaixonado.
«Eu te amo, ó Senhor, Força minha !»
Exclamou David no seu Salmo 18.