quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Norma de Deus

Lembrámo-nos da Reforma, a 31 de outubro, a Reforma Protestante do séc. XVI, como motor imparável de renovo de mentalidade, de critérios, de impulsos culturais e mesmo económicos.


Mas sobretudo um retorno, um reafirmar o único suporte racional da Fé : as Escrituras, a Bíblia como Revelação de Deus.


E fico a pensar...


A Igreja Católica Romana continua a afirmar-se s si própria como garantia de Verdade divina. Ou seja, aquilo que ela proclama, é norma insuperável.


E assim sendo continuará a ter de confrontar-se com a contestação instintiva, diria mesmo primária e brutal, como aconteceu em Barcelona, na Inglaterra, etc, aquando da visita do Papa.



Mas a "Igreja", conforme se referem sempre os seus bispos e clero à igreja católica romana, não é Deus ! Nem é a exlusiva "voz de Desu"


Quando expressões de revolta e de agressividade no plano ético e espiritual se manifestam, não cabe à ICR afirmar-se como garantia de Verdade.


Essa vem exclusivamente da Revelação de Deus nas Escrituras, e em Cristo.


Dessa forma a "revolta" e a emancipação espiritual e moral que se expressam no seio das nossas sociedades, terão de confrontar-se diretamente com Deus.


E com Deus tudo muda de figura.


E não se brinca...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A nosa imagem subjetiva

No nosso apartamento a parte da casa de "recolhimento", quartos e escritórios, tem armários cujas portas são grandes espelhos.


Quisemos assim. Os espelhos dão profundidade, criam espaço. Ilusório, mas dão.


E além disso são úteis. Vemos como estamos; a cada momento...


Mas curiosamente há algo - comigo, mas julgo que se passa com muita gente - que acontece entre "mim e o espelho".


Ou melhor : entre eu e a imagem no espelho.


Quando me olho, não me vejo como penso ser.


Ou seja, quando penso em mim mesmo, em termos fisionómicos claro está, não imagino o rosto espelhado...


A imagem de nós próprios, que vive na nossa mente, não é bem aquela que é mesmo ela...


O que se vai gravando é feito, é construído, por estímulos múltiplos, diferenciados, vindos do perfil dos outros.


Por isso a imagem que pensamos de nós é raro que seja igual à do espelho.


Posso estar errado. Ou não saber descrever o fenómeno. Mas que é assim ( para os que pensam nisso... ) é.


Todos nós, ao fim e ao cabo, somos "o outro...feito com os outros".


Mas que nunca é a realidade mesmo !


Que grande lição...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal pagão

Que é dele ?

Do encanto do Natal de há uns anos ?


A evocação do Menino nascido em Belém, num estábulo «...porque não havia lugar para ele» em mais lado nenhum ?


O Menino que, na força da vida, acabaria no Calvário, no Gólgota, vilmente maltratado, escarnecido, açoitado e morrendo violentamente, crucificado, depois de anos a ensinar o Bem e a fazer o Bem.


Mas morrendo em nosso lugar, levando sobre si o castigo que mereciam os nossos pecados.


Natal, Belém, o início de «DEUS CONNOSCO» ( = Emanuel ) a mudar do avesso o devir da História.


E trazendo Paz, Paz com Deus !


E Hoje ?


O desprezo, a arrogância. de sempre.


«Fora com este !... E o seu clamor prevaleceu.» ( Lucas 23 : 18 e 23 )


De "Jesus", o Menino, do verdadeiro Natal há por aí uns restos...


...E há luzinhas, árvores nórdicas, um pai natal alegre bonacheirão, consumidor, que vem lá do Círculo Polar Ártico.


E até há, calcule-se, o "espírito de natal", que ninguém diz bem o que é. Mas que se supõe ser alguma coisa como uma espécie de amor e de fraternidade "ad hoc e puntual"...


Mas festeja-se o quê, afinal ?


O nascimento de um Bébé Jesus ?


Mas... se poucos crêem nele !!


Hipocrisia ?


É por isso que tenho ouvido falar num movimento ou corrente ( fora de Portugal ) de "Cristãos contra o Natal" !


Será possível ? Contudo tem alguma razão de ser.


Não deveriam os cristãos ser mais sonoros e falar mais alto... ?

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Prostituição como atividade legítima !

O dia 17 de dezembro de 2010 foi - pasme-se - o "DIA INTERNACIONAL CONTTRA A VIOLÊNCIA SOBRE OS TRABALHADORES DO SEXO" !


Uma senhora psicóloga, Mariana Garcia, diretora de "PORTO G", uma atividade integrada na "Agência Piaget Para O Dsesenvolvimento" disse «sabiamente» ( o suboinhado é meu, claro ) que "a prostituição é um,a opção profissional totalmente legítima, rresultado de uma escolha livre e consciente (!) merecedora de proteção laboral."


E mais disse a senhora : "Portugal tem de começar a pensar no assunto".


Sem comentários. "Nem há palavras..." - como dizia alguém que conhecemos.



Julgo que na base desta atividade está a luta contra a SIDA.

Essa luta - dizemos nós, e sabe-o bem MUITA gente - faz-se pela abstenção, pela fidelidade no casamento, e pela integridade moral. E há píses, nomeadamente em África ( já o registámos aqui neste meu Blog ) quew dessa forma têm obtido resultado palpáveis.


E isso só se obtém numa relação com Deus honesta e real.

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

«My Sweet Lord»

Um Amigo enviou-me, pela net, a mim e a outros, uma versão dessa canção dos anos 70, de que me lembro bem e que fica facilmente no ouvido.


Continuo a gostar dela : «My Sweet Lord» do "Beetle" George Harrison. Mas numa execução por veteranos do "pop", agora senhores já "entradotes"... Eric Clapton, Paul MaCarteney, Ringo Star, Phil Collins, etc


A letra dessa canção é de conteúdo espiritualista, que um cristão pode sem reticência repetir e acompanhar.


O núcleo semàntico é este :


«I really want to see you, Lord.

Really want to be with you, Lord.


I really want to know you.

Really want to go with you.

Really want to show you, Lord,

That it won't take long, my Lord.

Allelujah»


Um pouco o estilo poético dos Salmos bíblicos... Com as devidas distâncias.


Parece-me que esta letra teve adaptações à mística oriental da Índia, em que - diz-se - os Beatles se imbuiram.


Mas tal como foi composta, no original, não tem que se lhe diga, na perspectiva cristã.


Só que - e isto é essencial - não se refere a Cristo, nem ao acesso a Deus através da Fé na Obra da Salvação pela Cruz de Cristo, nem ao Amor de Deus que gera o Amor a Deus, pela Palavra divina, e que me faz então invocar com verdade "My Sweet Lord..."


Não é a expressão de uma vida entregue a Cristo !


Ora, aqui detenho-me : Quantas canções e corinhos não se cantam, a título de "Louvor a Deus", nas igrejas cristãs, e que são do mesmo teor ! E em que o fundamental da Revelação de Deus, por Cristo e pela Bíblia, a Palavra de Deus, não é explícito nem afirmado! E fica no vazio de expressões estereotipadas !


A Verdade de Deus é para ser dita, cantada, proclamada em integralidade !

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sinais inquietantes


Chega-nos outra notícia, de uma fenómeno inquietante. Deixo aqui o registo porque me parece também assinalável.


A violência urbana, segundo relatórios oficiais, recrudesce em França. E com características perturbadoras : o número de mulheres implicadas aumenta. E mais : o de crianças também !


Em Portugal julgo que se passa o mesmo ainda que que, talvez, com percentagens menores.


Porquê ? Que se vai passando ?


A par disto assiste-se, também em França, a bandos de crianças atacando outras crianças, em tipo de bullying. Só que nem a imprensa nem as aurtoridades dizem tudo : as atacadas são filhas de militares operando no Afeganistão.


Depois, há mais. Sempre inquietante. E ainda em França :

Voluntários da Cruz Vermelha são atacados por bandos organizados. Quando interpelados, dizem não suportar o símbolo da "cruz" vermelha ( que é abominação para muçulmanos... ).


Falando de "símbolos" :


Assistimos entre nós, aliás como em todo o Ocidente "ex-cristão", ao repúdio de certos símbolos, nomeadaente no Natal.


Em certas instituições - Hospitais civis, por exemplo - já nem se vê nada, nem se assiste a nada assinalando o Natal e lembrando o seu sigificado.


Vai contiuando o já velho "natal dos hospitais" maracado como sempre pela vulgaridade, o "pimba", com algumas epressões algum relevo. Mas sem qualquer alusão consistente ao significado espiritual e cristão do Natal.


O próprio presépio vai escasseando nos espaços públicos. Sintomático !


Persiste o Pai Natal com as renas, mais a árvore nórdica de Natal, lendários, que nada têm a ver com a nossa cultura meridional e latina de raiz cristã nem com a realidade histórica que o Natal evoca.


«Ah! Senhor Deus!», exclamavam Profetas bíblicos. «Como é possível - perguntava, por exemplo Gedeão, perplexo, a Deus - que tudo isto vá acontecendo ?!»

( Juízes 6 : 13 )

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Animais são gente ?


Ouvi esta frase, "Os Animais têm a marca de Deus", numa reportagem na TV.


Fez-me refletir. E não a partilho.


Os únicos Seres vivos que têm "marca de Deus" - aliás tudo o que está criado tem interínsecamente uma marca de Deus Criador - são os Humanos.


É bíblico. É a Revelação de Deus. Só do Ser humano está escrito que Deus o criou "à sua imagem e semelhança". Génesis 1 : 27.


A marca de Deus é a capacidade que o Ser humano foi dotado de relfetir, de saber que está a refletir, de dominar e de conduzir essa reflexão, de fazer opções consequentemente. E de ter vontade de as perseguir e de se empenhar nelas.


Por isso os animais não são responsáveis perante Deus. O Ser humano sim.


A opção fundamental que o Homem pode fazer é a de reconhecer o seu Criador, de lhe prestar a homenagem da Fé, de aceitar decididamente o que Deus tem para lhe dar, o seu Amor, a sua Revelação, a Bíblia, o seu Plano de Salvação em Cristo.


A frase que encima este post traduz uma filosofia animalista e universalista segundo a qual : os Seres humanos não têm que ser distintos dos outros seres criados ( ou... que o "Acaso criou" ). São animais apenas mais dotados.


Por isso - segundo essa perspectiva - e tal como para um cão, uma formiga, uma bactéria, para o Ser humano, quando morre, tudo acaba. E enquanto vive elabora a sua Ética de funcionalidade e de sobrevivência. E ponto final, parágrafo...


Não. Não é esta a minha, a nossa, cosmo-visão da vida, como cristãos.


Não é assim a Vida que Deus quer dar-me e para a qual me criou e me destina.


Com a Eternidade em perspetiva. E em Esperança !

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Felicidade e os outros

Eu só, por hipótese, isolado no mundo deserto, não seria nada.


E nada na vida vale, ou é por si só, alguma coisa…

Cada coisa, cada ser, cada ser humano vale, e é o que é, com outras coisas e com outros.


Isto é um lugar comum. Não estou escrevendo nada de original.

Estou apenas lembrando algo que nunca é bom esquecer…

Que somos um mundo de interdependências, interacções, um mundo feito para sermos “juntos” !


E quando levamos a nossa reflexão um pouco mais longe pensamos : E Deus ?


Mesmo Deus, existindo só ele, no Universo ? Teria significado ?


Como não pensar que nós, criados à imagem e semelhança de Deus, somos nalguma medida como um complemento que dá significado ao Poder e à Glória de Deus ?


E se assim for… como poderemos ser isso, ter essa “vocação existencial”, e ao mesmo tempo mergulhados na sujeira moral, na altivez autosuficiente, no egotismo que qualifica o género humano, e que agride a Justiça e a Santidade de Deus ? Por isso a Bíblia fala da Igreja como o Corpo espiritual de Cristo, de cujo corpo ele é a Cabeça.


Voltando à nossa condição humana : não tem sentido ser feliz sozinho…


Feliz para quê ? Porquê ? Pelo mero gozo das minhas apetências satisfeitas… ?


É pouco !


Só se é feliz em partilha.


Mas mais : Só sou realmente feliz se os outros o são, quando os outros o são.


Tem todo o sentido a bonita frase do Sr. João Carlos Silva, o Cozinheiro de São Tomé e Príncipe, que assim terminava os seus programas :

«Façam o favor de ser felizes» !

Porque disso dependerá ser eu também feliz… !

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Celebra Jesus !




Esta é a resposta à propaganda ateia de que Natal, e a Incarnação do Filho de Deus, é um mito, a que me referi no último "post" :


Tal como tem acontecido noutros lados, nomeadamente no Reino Unido, e agora nos USA, não tardou que cristãos apresentassem de imediato aquilo em que crêem :


«Tu sabes que é Real. Nesta Quadra, celebra Jesus !»


diz um grande painel com imagem da Natividade.



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cultura e anti-cultura


Lemos notícias em como neste Natal, nos USA, vai percorrendo certos Estados a campanha de ateísmo publicitada com cartazes de grande dimensão, e onerosos, chamando de "mito" a Natividade.


O Cristianismo configurou o Ocidente. Ou seja, foi uma das forças que configurou o que globalmente consideramos o Ocidente. Ao mesmo tempo que o Iluminismo. E outros, bem entendido.


Mas esta Cultura Ocidental foi-se afastando do Cristianismo.


E mesmo nas últimas décadas tornou-se-lhe francamente hostil.


Remetendo-o para o domínio privado e familiar por um lado. E por outro considerando e acusando, o Cristianismo e a Fé cristã, ( sem preâmbulos nem discussão... ! ), de intolerância, de fanatismo, de mitismo ( por perseguirmos mitos ).


É neste panorama que os cristãos vivem.


Mas eles - nós - estamos conscientes de que a expressão vivencial das nossas convicções consiste numa Cultura superior, de Valores insuperáveis, porque divinos, produzindo alta eficiência dinâmica na transformação da mente, da alma, dos comportamentos. E na produção de Justiça, de Harmonia, de Bondade, de Caminhos seguros e concistentes.


Mas ao mesmo tempo somos pressionados, travados, pela hostilidade da Cultura dominante.


Uma Cultura mitómana ( amante da mentira... ).


É uma luta.


Somos sem dúvida Agentes - culturais - priveligiados porque, ao nível da "nossa Cultura" somos impulsionados, motivados, inspirados pela Revelação de Deus, na Bíblia.


Não pode haver melhor !...


O Papa, este atual , disse algo com que estou bem de acordo : «O Cristianismo é a Força vital sem a qual as outras coisas não poderiam continuar a existir». ( "Luz do Mundo" )


Nem sempre os próprios cristãos são conscientes das mais valias culturais da Vida e de Fé cristã.


Há os que se vão adaptando pacificadoramente. Se alinhar em grandes conflitos...


E há os que se concentram em específicos objetivos, como a Evangelização, Missões, por exemplo.


Esquecendo talvez que evangelizar é também promover a Cultura que se abre à dinâmica de Deus no indivíduo, na Família, na Sociedade.


A única genuina.

domingo, 5 de dezembro de 2010




O Sínodo da Igreja Protestante do estado alemão da Baviera decidiu por grande maioria de votos - 96, contre 5 contra e 5 abstenções - permitir que pastores ou pastoras da sua alçada, assumidamente homossexuais, possam conviver com os seus parceiros nas casas paroquiais da igreja.


Julgo ser suposto que não vão compartilhar os apartamentos apenas para tomarem chá juntos ou beber uma boa cerveja e conversar...


É uma notícia que nos deixa perplexos a arrasados.


Aliás e curiosmente a região da Baviera tem sido considerada, e segundo a própria notícia, a mais tradicionalista da Alemanha.


A notícia chegou-nos por «Yahoo, Brasil, 25 nov. 2010».


Possivelmente a Bíblia para estes cristãos não será mais que um texto do qual ainda retiram inspiração lutúrgica e genericamente religiosa...


Bem diz a Chanceler Angela Merkel, embora referindo-se à pseudo-integração dos muçulmanos na vida alemã, mas que se aplica a esta situação :


«A Alemanha não tem islamismo a mais. Tem Cristianismo a menos» "


O Sínodo da Igreja Protestante do estado alemão da Baviera decidiu por grande maioria de votos - 96, contre 5 contra e 5 abstenções - permitir que pastores ou pastoras da sua alçada, assumidamente homossexuais, possam conviver com os seus parceiros nas casas paroquiais da igreja.


Julgo ser suposto que não vão compartilhar os apartamentos apenas para tomarem chá juntos ou beber uma boa cerveja e conversar...


É uma notícia que nos deixa perplexos a arrasados.


Aliás e curiosmente a região da Baviera tem sido considerada, e segundo a própria notícia, a mais tradicionalista da Alemanha.


A notícia chegou-nos por «Yahoo, Brasil, 25 nov. 2010».


Possivelmente a Bíblia para estes cristãos não será mais que um texto do qual ainda retiram inspiração lutúrgica e genericamente religiosa...


Bem diz a Chanceler Angela Merkel, embora referindo-se à pseudo-integração dos muçulmanos na vida alemã, mas que se aplica a esta situação :


«A Alemanha não tem islamismo a mais. Tem Cristianismo a menos» "


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Relacionamentos múltiplos ?!


Há dias topei com uma reportagem num dos Canais nacionais em que várias pessoas, homens e mulheres, opinavam sobre relacionamento amoroso e sexual.


A opinião generalizada era que, numa perspetiva atual, moderna, não se vê porque é que não se há-de aceitar relacionamentos múltiplos.


Ou seja, uma mulher ou um homem ter mais que um parceiro - chamam-lhe "namorado" - desde que "haja respeito mútuo e um sentimento que os ligue".


Quando começou a tornar-se fortemente emergente a questão dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo muita gente começou a falar em - e eu lembrei aqui no meu blog - que se estava dando um passo largo para a poligamia.


Ela aí está. Incipiente, mas admitida, quase explicitamente.


É o desmoronamento do conceito e da coesão familiar tradicional, que é aquilo em que Deus, quando criou o Homem e a Mulher, os integrou.


Esse relacionamento afetivo e sexual múltiplo não é construído pelos laços de amor que unem coerentemente homem, mulher e os filho que essa união lhes pode dar.


Isso a que parece se vai chamando "relacionamentos múltiplos" tem com certeza como base hedonista motivadora o prazer, a luxúria mesmo, a satisfação pessoal ddescomplexada, desinibida.


Não tem, não pode ter garantia deestabilidade, segurança, felicidade perene.


Não tem o bem precioso e insubstituível de dois seres de sexo diferente que se unem para a vida, para o bem e para o mal, até à morte, e que se revêem nos Filhos que daí podem nascer.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A bênção do comboio

Ao arrumar os meus arquivos de "recortes" dei com este que merece a pena relembrar :



Quando da inauguração do comboio da Ponte sobre o Tejo o governo de então convidou o bispo de Setúbal para dar a sua bênção. Coisa aliás a que não se assistia já há anos ! Mas deu-se.


Alguém se lembrou então de um Poema de Guerra Junqueiro, da VELHICE DO PADRE ETERNO, "A Bênção da Locomotiva."


E este. Fica mesmo a calhar...



A BÊNÇÃO DA LOCOMOTIVA


A obra está completa. A máquina flameja

desenrolando o fumo em ondas pelo ar.

Mas antes de partir, mandam chamar a Igreja,

que é preciso que um bispo a venha batizar.


Como ela é com certeza o fruto de Caim,

a filha da razão, da independência humana,

botem-lhe na fornalha uns trechos de latim,

e convertam-na à fé católica roamana.


Devem nele existir diabólicos pecados,

porque é feita de cobre e ferro, e estes metais

saiem da natureza, ímpios, excomungados,

como saímos nós dos ventres maternais !


Vamos, esconjurai-lhe o demo que ela encerra,

extraí a heresia do aço lampejante !

Ela acaba de vir das forjas d'Inglaterra,

e há de ser com certeza um pouco protestante.


Para que o monstro corra em férvido galope,

como um sonho febril, num doido turbilhão,

além do maquinista é necessário o hissope

e muita teologia... além d'algum carvão.


Atirem-lhe uma hóstia à boca famulenta,

preguem-lhe alguns sermões, ensinem-lhe a rezar,

e lancem na caldeira um jarro d'água benta,

que com água do céu talvez não possa andar.