terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Portugal e a Reforma protestante

A Reforma religiosa foi um fator decisivo para a modernidade, na Europa e no Mundo.

É já um lugar comum, dizer isto.

Mas nunca é demais lembrá-lo.

O grande impulso científico renascentista também o foi.

Portugal não soube agarrar o primeiro.

Antero de Quental refletiu sobre isso no seu texto sobre as causas da decadência peninsular.


E quanto ao segundo... Portugal estava demasiado periférico. E seguiu-o à distância.

Um Ribeiro Sanches ( judeu por opção ) distinguiu-se. Sobretudo lá fora. Francisco Sanches também.

Os nossos Pedro Nunes, e Garcia da Horta, ambos de ascendência judaica, e outros, não tiveram continuadores de vulto.

Ficámos no barroquismo expressionista. Faltou-nos o impulso do pensamento vanguardista do século XVI e XVII. E as condições políticas para o contextuar.

A perda da autonomia política, com os dois reinos, português e espanhol, geridos pelo mesmo monarca espanhol, também não ajudou.

Os nossos cérebros de elite sentiam-se bem na corte em Madrid, e com as elites de Salamanca.

Voltando à Reforma, ela impulsionou a filosofia e a ética do trabalho. E a do capitalismo nascente. Assim como a função do dinheiro. Igualmente o poder da iniciativa e do investimento.

E não esqueçamos que o grande impulso dos "direitos humanos" que o racionalismo do séc. XVIII, no centro da Europa, gerou teve os Valores básicos do Cristianismo como parâmetros inspiradores, mesmo que incosncientemente. ( Marx, em rapazinho, chegou a ser doutrinador cristão... !

Sem o Cristianismo alguma vez os Direitos Humanos teriam tido o fomento e o incremtento que tiveram ? Ainda que inconfessadamente.

Por cá afundámo-nos no romanismo da religião. E assim ficámos a olhar para - e a ser ultrapassados por - os outros, lá no centro da Europa.

Isto até ao século XIX em que brilhámos com alguns relâmpagos de pensamento, de erudição e de arte; com Antero, com Herculano, com Pessoa.

E o grande impulso da Reforma Protestante ficou para os outros...

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