sábado, 31 de maio de 2014

Fazer anos

  Mas os anos fazem-se ?

    Que disparate !  Como diria o Guerra Junqueiro.

    Não.  Não é disparate.

    Os anos cumprem-se, completam-se, é certo.  Assim também se diz no português corrente.

    Mas os anos são ao mesmo tempo construção.

    São igualmente o acumular de factos.   São um aforrar de comportamentos.  E de asneiras.

    Também são um crédito de benefícios.  De que nem sempre somos conscientes.  De que nem sempre somos gratos.

    Fazer anos é um património que se contabiliza, para o tornar num rendimento funcional, capitalizante.

    Ser rico em anos ?

    Eis o que por vezes nos escapa.

    Fica a ideia do desgaste.  Negligencia-se a ideia do enriquecimento.  Está errado.

    Os anos de vida, uma riqueza ?

    Sim.  Mas uma riqueza, seja de que conteúdo for, quando guardada no colchão como faz um avarento, vale zero.

    Só é válida se capitalizar dividendos para os outros !

 «Ouve, filho meu, e aceita as minhas Palavras.
Multiplicar-se-ão os anos da tua vida !»
    Prov. 4 : 10.  ( Gosto de pensar no verbo "multiplicar", aqui, no sentido do "entiquecimento" )


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