O expressionismo de muitos executantes

Nós, mais velhos, damo-nos conta de uma mudança de atitudes, especialmente entre os pianistas,
em relação ao passado ( talvez a partir aí dos anos "60"... ).
Antigamente os executantes ao apresentarem partituras clássicas,
tinham atitudes sóbrias, demonstrando uma certa discreção em relação a
si próprios como artistas.
Lembro-me do porte digno, sóbrio, de, por exemplo, Artthur Rubinstein,
ao piano, acompanhando ou não uma orquestra ou integrando um conjunto
instrumental.
Atualmente, desde há uns tempos, não é isso que vemos.
Os pianistas, em especial estes, são, eles próprios um espetáculo,
nos rostos, nas atitudes com que sublinham os trechos que vão
executando, parecendo que se deleitam, ou então que sofrem.
emocionalmente com a música que interpretam. Mas de uma forma que eu
qualificaria de "espetacular... "
Recordamo-nos de umas pianistas francesas, as Irmãs Lebeque, artistas
recentes, em que uma delas chegava a pular no assento ao ritmo do que
tocava... !
Incomoda-me esse espetáculo. O artista que interpreta uma obra deveria
retrair-se e deixar que unicamente as suas mãos, os seus dedos,
produzissem e expressassem a beleza magnífica dos sons que se elevam do
teclado ou do instrumento que tocam.
Julgo mesmo que é desonesto chamar a atenção sobre si próprio em vez de
permitir que a beleza da peça que está a executar prevaleça, só ela !
No Canto é diferente. Há as palavras que a voz emite além dos sons. É
um conjunto que vale na sua interelação da própria pessoa com a Música.
Etiquetas: Arte
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