quarta-feira, 9 de março de 2011

Voltaire e os CALAS

Num post anterior falei de Voltaire, do seu Tratado sobre a Tolerância em que refere o drama suportado pela Família Calas, de Toulouse. No tempo de Voltaire.


Aqui vai fica contado o caso. Aliás como Voltaire mesmo o conta.


Jean CALAS, um comerciante de Toulouse, a Esposa, e Louis,um filho do Casal, eram protestantes.


Tinham uma criada que lhes cuidava da Casa. Era católica zelosa. E ajudara na criação dos Filhos.


Havia outro Filho, Marc-Antoine, espírito irrequieto, combrio, violento, segundo os termos de Voltaire.

Era, este Filho Marc-Antoine, advogado. Mas não sendo católico ( era descrente ) e tendo-se metido em jogos de azar perdeu muito dinheiro e ficou sem recursos.


Não podendo exercer a profissão desesperou, e suicidou-se. Deixou escrito o que faria e porquê. Os Pais, o outro Fiho e um Amigo que comia com eles, encontraram-no morto depois de jantar, no fundo da Casa.


Quando a população da cidade se concentrara na rua, à volta da Casa onde se dera a tragédia e onde a Família chorava lastimando-se, alguém gritou que "certamente fora o Pai Calas que teria enforcado o filho por não ser protestante".


Foi quanto bastou para que toda a turba se lançasse nessa acusação, absurda, mas que levou a Família Calas a Tribunal, onde os juízes, sem prova nenhuma nesse sentido, condenaram à morte o Pai ( morreu no "suplício da roda" ) e mandaram para o cárcere a Mãe, o outro Filho e até a própria Criada, que era católica.


Só uns anos depois, copntinua Voltaire a contar, foi o caso levado até ao Monarca de França de então, Louis XV.


Este mandou que uma instância jurídica superior re-analisasse o caso.


A memória do Pai Calas foi assim reabilitada. A Mãe, o Filho e a Criada foram libertados.


Casos deste salpicam a História mundial com demasiada frequência.


E fanáticos nominalmente protestantes também os houve.


Voltaire não viveu os tempos de Hoje com os fanatismos muçulmanos, indianos e outros... !


E teria possivelmente escrito outro Tratado... ainda que sobre o mesmo assunto.



Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial