sábado, 3 de junho de 2017

O Estado e a Religião




Parlamento.jpg


    Temos visto ultimamente em Portugal, uma "proximidade" religiosa, da parte do Estado frente à Igreja Católica Romana, talvez mais intensa do que nos tempos de Salazar. Nos três planos máximos do Poder Político : O Presidente da República, o Governo, a Assembleia da República. 
     Achei digna de tomar nota a opinião que Vital Moreira deu no seu próprio Blog, há uns dias.

    "Pior do que a instrumentalização religiosa da Política é a instrumentalização política da Religião.
   A ideia de que no Estado, apesar de ser laico, o Poder político pode participar em Cerimónias religiosas* é puro fariseismo político.
   Por este andar vamos voltar a ver o Estado a encomendar Missas de ação de graças e a mandar benzer Obras públicas ... " - ironiza ele, no seu Blog «Causa Nossa».


*  E o caso inverso, acrescento eu  : Entidades religiosas participarem em eventos e cerimónias políticas.




Incrível !  -  :

( Nem no tempo do Estado Novo ... ! )O Papa e Marcelo.jpg


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quinta-feira, 17 de março de 2016

A 1ª visita do Presidente da República.

No estrangeiro: ao Vaticano

     É uma iniciativa polémica;  diria mesmo provocatória.
     Não nos deixa descansados nem confiantes em relação ao, esperado, comportamento presidencial do Professor Marcelo R. de Sousa.
     Esta visita contraria frontalmente a sua própria afirmação, de pretender ser o Presidente de todos os portugueses.
     Não nos move nenhum sentimento de má vontade contra a ICR. ( a Igreja Católica Romana ).  Mas sentem-se excluídos dessa manifestação inoportuna, de simpatia, de submissão e concordância político-religiosa do Presidente  de Portugal com o Vaticano, muitos portugueses,  muitos até que sendo cristãos, não se identificam espiritualmente com a ICR
     O apelo que possa fazer ao Passado histórico de Portugal não nos convence a favor desta iniciativa.
     Nem a ICR é a opção maioritária dos portugueses em termos concretos de convicções e de prática de Fé,  nem as relações internacionais pedem que seja prioritária essa abordagem externa !!
     Aliás o Senhor Presidente não pode nem deve ignorar,  por exemplo, a presença de centena de milhar de Cristãos Protestantes como força moral e cultural, apesar de não serem maioritários em termos estatísticos.
   
     Errado, Senhor Presidente ! 
     Assim não !
     Pode ser, eventualmente, e aparentemente, popular.  Pode agradar a parte do Povo.  Mas começa mal.
     Deixa-nos numa expetativa de dúvidas e de apreensões quanto à sua clarividência política no exercício da função presidencial.
     O Senhor Presidente pode manifestar como entender - naturalmente - as suas preferências religiosas.  Mas reserve-as para uso pessoal.  Como Presidente não tem o direito de deixar que elas configurem o seu mandato !
      Com todo o respeito,  Senhor Presidente,  mas em termos político-democráticos,  assim não !





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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

União Europeia


A União Europeia é uma união económica e política de 28 Estados-membros independentes situados principalmente na Europa.

Área: 4.325.000 km2

Fundada em: 1 de novembro de 1993, Maastricht, Países Baixos

Sedes: Cidade de Bruxelas, Bélgica

Fundadores: França, Bélgica, Luxemburgo, Itália, Países Baixos, Alemanha.
____________


A 25 de Março de 1957,
( há 59 anos )
a Alemanha Ocidental, a Bélgica, a França, a Holanda, a Itália e o Luxemburgo
assinam o Tratado de Roma,
instituindo a Comunidade Económica Europeia (CEE)
e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom).
 

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Zâmbia, Posição cristã

Zâmbia I.png

 Uma notícia que recebemos e que merece reflexão bem ponderada :

A Zâmbia, país africano com cerca de 12 milhões de habitantes tem vivido uma crise económica nos últimos anos.
Além de novas leis, a solução encontrada pelo Presidente Edgar Lungu foi rededicar o país a Deus.
Cerca de 70% da população se declara “protestante” ou “evangélica”.
A Constituição zambiana, promulgada 24 anos atrás, diz claramente que “a Zâmbia é um país cristão que respeita o direito à liberdade de consciência e culto dos seus cidadãos”. O documento garante ainda a proteção aos não-cristãos, garantindo a liberdade religiosa.

Na virada deste ano, Lungu celebrou o compromisso da Nação com Deus na capital Luzaka, diante das sedes do poder.
Estavam presentes líderes de várias igrejas diferentes. Ocorreram apresentações de grupos de louvor e momentos para intercessão pela nação.
O tema oficial é “Estabelecer a base para um Zâmbia inteligente, renovando o nosso compromisso com a reconciliação através do amor e do perdão.”
O Presidente apelou que todos os cidadãos do país baseiem suas atitudes no amor. Enfatizou seu compromisso para que o decreto que estabelece o território como dedicado a Deus permaneça em vigor.
“É evidente que nos lembramos disso na abertura oficial do Parlamento. Eu disse que o ódio, o rancor, o desprezo e a inveja não têm lugar em uma sociedade como a nossa, pois somos uma nação cristã”, discursou. Enfatizou que Jesus é a “pedra angular” da Sociedade.
Lungu tem recebido muitas críticas por falar constantemente sobre religião.
Em 18 de outubro de 2015, contando com a colaboração com várias sobre Tigrejas do país, decretou um dia de oração e jejum nacional. Curiosamente, um grande arco-íris ao redor do sol foi avistado na capital Lusaka, o que para muitos foi um sinal da aprovação divina.
*
Zâmbia II.jpg
*
 A postura pode parecer estranha aos países ocidentais, acostumado a amplos debates sobre a laicidade do Estado. Porém, não é algo incomum no Continente Africano.
Por outro lado, no final de 2015, a Gâmbia declarou ao mundo que era uma República islâmica. A decisão do Presidente, Yahya Jammeh, foi usada como justificativa para “distanciar a nação do seu passado colonial”.
O Laicismo requer uma reflexão séria e bem pensada.

A par dessa reflexão, os Cristãos não esquecem que está em causa o Deus, único, Senhor do Universo.

«Foi da Vontade de Deus que

em Cristo residisse

toda a Plenitude


Carta aos Colossenses, 1 : 19.

 «O Senhor governará

sobre toda a Terra !

Naquele Dia

um só será o Senhor,

e um só será o seu Nome !»

Zacarias 14 : 9

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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Democracia

Democracia I.jpg  
    A Democracia como sistema de vivência política e cívica é naturalmente imperfeito.
    ( Volto de novo ao assunto porque é algo que sempre me interessou. )
    Pela simples razão de que a prevalência da vontade da maioria dos cidadãos, dos "governados",  ou a execução das orientações e objetivos da facção ou do partido mais votado,  é sempre imperfeita,  debilitada pela informação incompleta que chega aos cidadãos,  pela formação precária e insuficiente que tanto os "governados" como os governantes recebem. ( Não tem que ver com "instrução académica" )
    E porque o Ser humano é,  por si mesmo,  falível, imperfeito no seu conhecimento da realidade,  das realidades,  da Verdade !
    Como pode então confiar-se numa orientação ou num governo democrático ?
    Só como um "mal menor".
    Como disse Chrchill : "A Democracia é o pior dos sistemas políticos.  Com exceção de todos os outros."
    Uma Democracia é sempre algo de frágil, de imperfeito, de insuficiente,  tendo em vistas a felicidade, o bem-estar, a qualidade de vida de um Povo.
    Isso não desculpa as Ditaduras, o Despotismo, que são uma perversão.
    Mas faz-nos ver a Política com realismo... sem ilusões...
    «A Justiça  (  o exercício da Vontade e dos Valores divinos) 
exalta as Nações.  
Mas o Pecado faz miseráveis os Povos»: 
Provérbios 14 : 34.

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terça-feira, 1 de setembro de 2015

Governar

    «Qu'il est dur de gouverner
    après avoir tant fait rêver !»

    ( «Como é duro ter de governar depois de tanto fazer sonhar !» )

    Robert Malley, in "La Cassure, l'Etat du Monde 2013"

    Eis um desabafo que nos faz pensar em que só quem lá está dentro é que sabe como empunhar os chifres ao touro da governação...
    Promessas partidário-populistas, só valem quando se emitem ecos de honestidade, de  seriedade e noção exata do que se vai entrentar quando se empunham as redeas da governação.
*
   A propósito, esta "tirada" contra os políticos só poderia vir do Eça ! -
Governar.jpg

 *
    No entanto... no entanto...
    Não nos esquecemos -  agora noutro plano conceptual  -  da advertência que nos faz a Palavra divina, na Bíblia, lembrando os que :

«...rejeitam governo
e difamam autoridades superiores !»
    Carta de Judas, 8.
    E os que
«...desprezam qualquer governo.
Atrevidos, arrogantes,
não temem difamar a  Autoridade Superior !»
    2ª Carta de São Pedro, 2 : 10

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terça-feira, 1 de abril de 2014

Filosofia e Política. Curta reflexão.


      A Filosofia, segundo Kant, procura responder pelo menos a três questões essenciais :

    -  O que é que eu posso saber.
       Ou seja, como é a realidade em todas as suas evidências.

    -  O que é que eu devo fazer.
       É o aspeto prático da Filosofia.  E aí topa com a Ética.

    -  O que é que eu tenho a esperar.
       Isto é, com que  é que posso contar.   É aí que a Filosofia procura uma forma de sentido para a vida.  E aí implica com a religião.

     E para o filósofo Kant, no fundo, estas três questões acabam por definir o Ser huimano.

     Porquê ?

     Para já porque só o Ser humano é capaz de pôr essas três questões.

     E respondendo-lhes, o Ser humano revela-se, define-se, encontra-se a si mesmo.

     E acaba por constatar que foi criado pelo Senhor do Universo para um Fim, e como resultado de uma Vontade, de um Ddesígnio "in fine", para o qual foi criado.

    Salmo 33 : 9  -  

    «Pois ele falou, e tudo se fez
     Ordenou, e tudo passou a existir.»

    Salmo 148 : 6  -

    «Fixou-lhe uma ordem que não passará»
_______________

    E aí temos a Política !   Mas a Política pura, a Política na sua essência.

    Porque o Homem foi criado como é, para viver em Sociedade.

    Daí :  Como faz ele para ser governado ?

    O Ser humano foi concebido para ser governado diretamente pelo Deus Criador, que o fez à sua Imagem.

    Que estupenda coisa, o ser governado em plena Justiça, mas ao mesmo tempo com a Graça e o Amor do Criador !

    Só que... Aconteceu  ( em Génesis 3 ) a Demolição !   E tudo teve de ser de outro modo...  ( Carta aos Romanos 3 : 23 ).

    E a questão emerge de novo :  Como faz o Homem para ser governado ?

    A resposta está, hoje ainda, no ar !

    Claro que Deus dá ao Ser humano uma Norma.

    E uma Salvação, ( a resposta à terceira questão filosófica inicial ).

   Mas... no concreto, na caldeirada em que vive, cheia de inter-dependências tantas vezes conflituosas, "a Democracia continua a ser o regime pior.  Tirando todos os outros..." ! ( Churchill ).

    Entretanto...

    «Por meu intermédio governam os Príncipes, as Elites que têm o poder.  Os Juízes da Terra».   Lembra-nos : Provérbios ( 8 : 16 ).

    A Política ?  Não.  Eu não a repudio. Os comportamentos, as atitudes e as pretensões dos tribunos, tudo mudaria.  E tudo será bem diferente se for tomado seriamente em conta que :

«A Justiça exalta as Nações. 
  Mas o Pecado faz miseráveis os Povos !»   
 
    Provérbios 14 : 34.


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sábado, 7 de dezembro de 2013

Values Voters. Votar por Valores


   
    É uma ideia que cada vez mais se radica na minha mente -

    O que é que leva os Cidadãos a votar, em Democracia.

    A ideologia dos Partidos ?

    Demasiado rasteiro...   Já pouco interessa a quem vota.

    As potencialidades dos Candidatos  ?   Pouco fiável, em muitos casos...  É votar por vezes no escuro...


    Em 2006 esta temática percorreu os EE.UU.   Houve uma badalada Cimeira de "Values Voters".  Julgo que partiu de algum grupo em Washington.  Era o tempo de George W. Bush.

   E a corrente de base foi, "influenciar a Cultura através das Convicções". ( Valores Morais fruto de Convicções primordialmente cristãs, à partida, para os promotores da Cimeira, está visto... ).  E fosse em que democracia do mundo fosse !

  Mas eu não posso impedir-me de sentir simpatia e afinidades com este conceito.  Em termos abrangentes.   Votar por Valores.  Mesmo autónomos de Convicções cristãs.

   Dêm as voltas que entenderem mas, para mim, interessa-me essencialmente saber : 

   Que Valores estão subjacentes, sejam eles quais forem ?

   


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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Democracia, assim ?

Não me sinto à vontade quando faço em público  (  e este Blog pode ser lido seja por quem for, que tope cm ele... ) comentários que tenham a ver com política, no sentido corrente.

    Em tempos tive algum entusiasmo pela vida política.  Poucos anos.  Acabei por reconhecer que não devia continuar por aí.  O meu empenho nos problemas da Sociedade têm mais que ver com o meu testemunho como cristão.

    E este registo hoje tem  -  em parte  -  a ver com isso.

    Há dois ou três fenómenos, exponenciais, de caráter cultural que nos levam, julgo que a qualquer pessoas bem "bem formada", a refletir seriamente.  Hoje.

    Um deles é despisciência com que um número considerável de pessoas se dirige a representantes de Órgãos de soberania, a Autoridades instituídas, ou alude a elas, com uma falta de sentido de uma Cidadania consciente, que se respeita a si própria, que tem de si própria um profundo conceito de dignidade, e de propósitos superiores.

    A discordãncia, e até mesmo a revolta, manifestam-se com atitudes e linguagem rasteiras.  E até com o insulto !   E ao mesmo tempo exigindo, já, o que muitas vezes não passa de disparate, ou de asneira.  Numa expressão de irresponsabilidade.  Sobretudo em Portugal.

    E a Comunicação Social ajuda à  divulgação da "rasteirice".

    Não.  Assim não é Democracia ( com "D" maiúsculo ) !

    Para além disso eu  -  nós, como cristãos respeitamos as Autoridades Instítuídas, sobretudo democraticamente.

    Posso, no usufruto da minha cidadania, e liberdade de pensamento e de expressão, manifestar a minha discordância.  e por vezes fazê-lo revoltadamente.
   
    Se há deliberações e atos de governação que ofendem, frontalmente as Normas e a Vontade reveladas de Deus, desobedeço.

    Mas não resvalo para o insulto.

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Salazar


    Podemos não gostar da ditadura de Salazar.  Podemos guardar dele uma memória tristemente carregada de restrições ao direito - inalienável -  de expressão pública e livre do que penso, do que escolho como ideologia, daquilo em que creio como Fé cristã.  Etc.

    Mas aqueles princípios "que não se discutem", segundo o discurso do ditador, desses, entre outros princípios, não prescindimos, nós também, ainda hoje  : 

    Deus, Pátria, Família, Autoridade, Trabalho !

    O segundo e os dois últimos com a reformulação que uma democracia lhes dá, evidentemente.

    O primeiro, Deus, com os fundamentos bíblicos, evangélicos e reformados que o pesado monopólio da igreja de Roma sobranceiramente ignorava, na ditadura.  E não só.

    O terceiro, Família,  prazenteiramente subvertido nos tempos pós-modernos de hoje.

    Mas, os cinco.. intocáveis !

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