sábado, 10 de novembro de 2012

Agradecer orações


   Já há uns tempos deixei aqui uma pequena reflexão sobre este assunto.

   Muitos crentes, cristãos, ao pedirem a outros que orem por eles ou por qualquer assunto que os preocupe têm o hábito de  sublinhar que ficam muito gratos por isso.  Entende-se que ficam agradecidos  -  por vezes "profundamente agradecidos"  -   à pessoa a quem dirigem o pedido. 

    "Se quiserem fazer o favor de orar por mim  -  por exemplo  -  ficarei imensamente reconhecido !" -  ouve-se; e lê-se em mensagens escritas.  Às vezes parece até transparecer aí uma certa manifestação de "espiritualidade".

    Há algo de impróprio nesta formulação de cortesia, pedindo as orações.  E vai-se tornando um hábito generalizado.

    Quando oro por alguém não lhe faço qualquer "favor".  Não o faço por simpatia nem por afeto fraterno especial para com essa pessoa.  Faço-o porque é o meu dever espiritual, natural, normal, como cristão, o orar por outros que atravessam, eventualmente, momentos difíceis.

    Se oram por mim, não é um favor que me fazem.  Não o fazem pela minha pessoa.

    Essa pessoa ou esse irmão ou irmã em Cristo, não tem de  -  não deve  -  ficar grato para comigo. É Deus quem deve receber a gratidão pelo apoio das orações a favor de alguém, tanto da igreja como de crentes individuais.

    As orações não são matéria de troca de afetos nem de gentilezas entre crentes.  São expressão da nossa comunhão com Deus.  E são uma forma de luta, de combate espiritual. 

    Entre soldados, entre combatentes, não há fórmulas de sociabilidade ou de empatia afetiva.  Do tipo, "Grato te estou por combateres comigo...".

    Não encontro nada disso em São Paulo.  Quando pede oraçõe, a seu favor, é sempre o Senhor Deus  o objeto de louvr e de gratidão.

    «Ajudando-nos também vós com as vossas orações a nosso favor para que por muitos sejam dadas graças a Deus a nosso respeito...» 2 Cor 1 : 11.

    E,

    «Rogo-vos pois, Irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo Amor do Espírito que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor (...)»   Rom 15 : 30.

    Há algo de condenável quando induzimos os nossos atos de Fé numa direção espúria : a outros, em vez de Deus.

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