domingo, 4 de março de 2012

Viva a Política, a boa...

Encontrei nos meus arquivos este texto, que escrevi já há anos :

«Não gosto de política nem dos políticos. A minha política é o trabalho»

Discursos deste tipo são correntes e recorrentes.

Não alinho.

Não é que goste particularmente de política.  Mas entendo que política é a boa e correta gestão da "polis", da "Cidade", da Comunidade/Nação/Estado em que me insiro.

Os políticos  -  e a política que é por eles concretizada  -  dependem do nível de desenvolvimento, de instrução e de educação da Sociedade de que faço parte.  Depende dos Valores que a fundamentam.  Sou portanto individualmente, e em certa medida,  responsável pela política que se faz. Tal como a "saúde" de cada célula de um organismo é responsável pela saúde do corpo.

Reconheço, é verdade, que a política que os agentes partidários realizam e a que dão expressão é muitas vezes de baixo nível, rasteira portanto, maquiavélica, oportunista e usando a saciedade da mentira, ou pelo menos do exagero e da expressão fracionada  dos factos, deliberadadamente.  Mas isso não pode ser uma desculpa para não procurarmos realizar atos políticos com dignidade, com verdade, com isenção, clarividência e honestidade.

Platão, no século V  ( o Autor da «República» ) afirmava que numa Sociedade bem constituída e desenvolvida as leis tornar-se-iam menos necessárias, porque todos as aplicariam automaticamente. Tê-las-iam interiorizado.

Uma das fragilidades da Democracia é a de que o voto e a opinião da maioria podem ser degeneradores.  A Bíblia avisa-nos : «Não sigas a maioria para actuares errado !»       Êxodo 23 . 2

Também a Bíblia deixa implícita a bondade e correcção de uma Sociedade gerida por Autoridades para o bem comum.  

O cristão tem por isso responsabilidades acrescidas quanto à sua participação, adequada, oportuna, nos problemas cívicos e políticos da Sociedade em que Deus o colocou. É uma das formas do seu testemunho cristão e da afirmação da sua Fé.  Julgo que tal deve ser visto mesmo como um direito !

E  -  note-se !  -  isso implica também que sejamos pontuais no pagamento dos nossos impostos...  Assim como dos outros deveres de cidadania.

Henriette e eu nunca deixamos de votar.

Não só na política mas noutras áreas da vida civilizacional e cultural do nosso país o nosso empenho é necessário.  Charles Colson é um grande estimulador, evangélico, nesse campo do empenho específico do cristão.  Deve ser lido.

Tive em tempos - e durante algum tempo  -  participação na política autárquica da minha Urbe. Tenho alguma experiência nessa área.  Acho mesmo urgente o empenho do cristão nesse sentido.  É uma forma de evangelização !

Sigo sempre com agrado as ocasiões em que os Jovens portugueses, através das Escolas, se treinam no Parlamento.

Viva a política !  A boa política !

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