Viva a Política, a boa...
Encontrei nos meus arquivos este texto, que escrevi já há anos :
«Não gosto de política nem dos políticos. A minha política é o trabalho»
Discursos deste tipo são correntes e recorrentes.
Não alinho.
Não é que goste particularmente de política. Mas entendo que política é a boa e correta gestão da "polis", da "Cidade", da Comunidade/Nação/Estado em que me insiro.
Os políticos - e a política que é por eles concretizada - dependem do nível de desenvolvimento, de instrução e de educação da Sociedade de que faço parte. Depende dos Valores que a fundamentam. Sou portanto individualmente, e em certa medida, responsável pela política que se faz. Tal como a "saúde" de cada célula de um organismo é responsável pela saúde do corpo.
Reconheço, é verdade, que a política que os agentes partidários realizam e a que dão expressão é muitas vezes de baixo nível, rasteira portanto, maquiavélica, oportunista e usando a saciedade da mentira, ou pelo menos do exagero e da expressão fracionada dos factos, deliberadadamente. Mas isso não pode ser uma desculpa para não procurarmos realizar atos políticos com dignidade, com verdade, com isenção, clarividência e honestidade.
Platão, no século V ( o Autor da «República» ) afirmava que numa Sociedade bem constituída e desenvolvida as leis tornar-se-iam menos necessárias, porque todos as aplicariam automaticamente. Tê-las-iam interiorizado.
Uma das fragilidades da Democracia é a de que o voto e a opinião da maioria podem ser degeneradores. A Bíblia avisa-nos : «Não sigas a maioria para actuares errado !» Êxodo 23 . 2
Também a Bíblia deixa implícita a bondade e correcção de uma Sociedade gerida por Autoridades para o bem comum.
O cristão tem por isso responsabilidades acrescidas quanto à sua participação, adequada, oportuna, nos problemas cívicos e políticos da Sociedade em que Deus o colocou. É uma das formas do seu testemunho cristão e da afirmação da sua Fé. Julgo que tal deve ser visto mesmo como um direito !
E - note-se ! - isso implica também que sejamos pontuais no pagamento dos nossos impostos... Assim como dos outros deveres de cidadania.
Henriette e eu nunca deixamos de votar.
Não só na política mas noutras áreas da vida civilizacional e cultural do nosso país o nosso empenho é necessário. Charles Colson é um grande estimulador, evangélico, nesse campo do empenho específico do cristão. Deve ser lido.
Tive em tempos - e durante algum tempo - participação na política autárquica da minha Urbe. Tenho alguma experiência nessa área. Acho mesmo urgente o empenho do cristão nesse sentido. É uma forma de evangelização !
Sigo sempre com agrado as ocasiões em que os Jovens portugueses, através das Escolas, se treinam no Parlamento.
Viva a política ! A boa política !
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