quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ética Protestante

   
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    Acabei de ler um livro bem interessante :
    "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", de Max Weber,  um sociólogo e filósofo alemão.
    O livro foi escrito no início do século XX
    O Dr. Pinto Barriga,  de quem o meu Avô, João Coelho, mantinha em dia as contabilidades dos seus empreendimentos financeiros,  ofereceu-lhe esta Obra, num gesto de amizade.
   Mais tarde o meu Avô falou-me dele e recomendou-me a leitura.  Andava eu na Faculdade de Letras, em Lisboa.
    Não consegui obtê-lo.  As Livrarias da Baixa, em Lisboa não o tinham à venda.  Acabei por me desinteressar e por nem o pedir emprestado ao Avô...
    Mas volta e meia,  e ao longo dos anos, topava com esta Obra, em leituras que fazia. 
    O certo é que o livro se tornou num clássico de economia e da História da Cultura Europeia.
    Há uns anos constatei que foi reeditado em Portugal pela Editora Presença, Lisboa, 2011.
    Quis obtê-lo... e nada !  Esgotado rapidamente !
    Foi reeditado.
    Quando soube disso corri à Bertrand...  De novo esgotado.   Mas... com boa vontade encontraram-me ainda um exemplar numa "Bertrand" do Porto !!
    Enfim, tenho-o !
    E gostei de o ler.

    Weber adianta, em suma, e entre outras, uma ideia simples :
    As convicções, a Fé,  dos cristãos reformados do séc. XVI e XVII deram força a uma mentalidade,  a uma perspetiva sobre o trabalho e ganhos de dinheiro, que eram bem diferentes do que se vivia antes da Reforma Protestante,  e da forma de pensar e de viver dos cristãos de confissão católica romana : 
    Agrada e honra Deus o trabalhar, o dedicar-se a uma profissão laboral.  E o ganhar dinheiro.  Mesmo enriquecer.
    O cristão convicto, o crente que vive da dependência do seu Deus e do que a Bíblia lhe indica, como Norma divina que é,  não faz do dinheiro e da riqueza que possa acumular uma fonte de luxúria e de ócio.
    Pelo contrário, submete o que ganha à gestão e à vontade de Deus, que dirige a sua vida.  E ao bem dos outros, tanto quanto possível.
    Esse espírito  -  estranho ao catolicismo e à forma de pensar e de viver na Idade-Média,  em que a marca de nobreza era o não ter de trabalhar e  gozar ao máximo da riqueza que se pudesse ter acumulado,  essa mentalidade de dedicação ao trabalho e ao ganho,  está na base da prosperidade e das economias,  por exemplo, da Holanda, da Alemanha, da Inglaterra,  nos séculos XVI  e XVII
    Naturalmente,  as análises de Max Weber são objetivas e profundas.
    Noto ainda que isto não tem que ver com o "evangelho da prosperidade".  Nem sequer o Max Weber era um pregador cristão.
    Trata-se um comportamento cívico e social muito condicionado pelo que cada crente entende que é a forma de Deus conduzir a sua vida enquanto cidadão integrado na Sociedade.
    Que é um livro que vale a pena ler,  isso é !


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