segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Religião para Ateus

Há muitos ateus que estão conscientes da secura e da frieza da sua postura negativa de repúdio de Deus, e que isso não traz, naturalmente, qualquer impacto benéfico nem para a Sociedade nem para o comportamente dos indivíduos.

    Aparece assim uma corrente no Ateísmo, que o filósofo francês Auguste Comte, do séc. XIX,  já expressou em escritos seus, que pretende colmatar essa vazio ideológico com características do Cristianismo.  E até do Judaísmo.

    Li agora um livro, recente, que explora a temática de pretenderem,  os ateus, ter uma "religião" adequada às ideias deles.  O livro tem o título de «Religião Para Ateus», é uma tradução da Don Quixote, 2011 e o seu autor tem o nome de Alain de Botton.

    Vão então buscar às religiões, nomeadamente à religião cristã aspetos específicos da vivência da Igreja e assumem-nos como forma de vida, de estar no mundo.  Mas sempre como ateus.

    Alguns dos referidos aspetos são a coesão gregária, a potencialidade dos sentimentos que se geram, tais como o Amor, a Compaixão, o Perdão, a Solidariedade e o Socorro, a Alegria; a virtude da combatividade moral e a Moral que dá identidade aos crentes, o sentido superior da Justiça, e da Educação; e a Instrução como formação do Ser humano e não apenas o gerar cidadãos instruídos; a pujança da Arte que a Fé inspira !

    Tantos e tantos são os benefícios humanos, sociais, culturais e sbretudo espirituais que jorram do Cristianismo e da Fé evangélica.

    Só que...

    Só que os ateus militantes gostariam, é verdade, de ver essas Força atuando nos seus grupos e através deles na Sociedade contrapondo-os à tal rudeza a que me referi no início, fazendo quase do ateísmo uma outra religião...   Mas  extraindo dessas Forças o sentido do divino, a presença de Deus, o amor a Deus, o apelo da eternidade !

    Impossível !

    Ernest Renan, historiador francês do séc. XIX ( 1823 - 1898 )  foi outro que se iludiu com esse desideratum, de importar Valores cristãos.  Ele largou a carreira de estudos teológicos e dedicou-se à pesquiza religiosa, exaltando Cristo como Figura humana.  Dele disse alguém ( in «Revelações Do Séc III» ) "Renan deu à sua geração aquilo de que ela precisava, bonbons com gosto de infinito... ou seja, religião sem mandamentos divinos, sem Deus e sem Bíblia, sem Céu nem Inferno, só com o tal delicado e indefinido sabor a infinito que a muitos fascina.  Pobres todlos!"   

    Amar os outros, deixando Deus de fora ?  Cultivar a comunhão comunitária, vencer o individualismo, o egoísmo, o orgulho, o medo, mas convidando Deus a não se intrometer ?  Educando, e fazendo Moral, e ao mesmo tempo proibindo que Deus nem mencionado seja ?  Fazendo Arte mas rindo-se de Deus ?

    Que estupidez !

    Onde se vão buscar então essas Potencialidades que se julga poder descolar e pedir emprestadas à religião e à Fé cristã ?  Em si mesmos ?

    Só convicções espirituais genuinas podem acionar as vivências de raiz divina.

    Pretender viver bem, só é possível com uma Vida regenerada por Deus.

    Querer viver como filhos de Deus mas cultivando na alma uma identidade pagã é um louco contrasenso.  (  Lembra um símio a querer viver como um Ser humano... )

    «Diz o insensato no seu coração, "Não há Deus !"».  Salmos 14 e 53.


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