sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O elogio da Política

Li o pequeno livro de Mário Soares com este título. Interessou-me a ideia.

A Política - com P maiúsculo, conforme ele insiste - é a gestão da nossa vida em comum, em Sociedade, segundo propósitos e formas definidas. Não há que sair daí.

Não se pode limitar a Política ao jogo demagógico e por vezes sujo da apetência pelo Poder, do exercício venal do Poder.

Mesmo a Anarquia pode ser uma certa opção de fazer política.

Mas Mário Soares entendeu não explorar essa reflexão. Não faz o elogio da Política, para além de umas breves considerações no início.

No livro dele conta certos factos e acontecimentos do séc. XX e do passado recente do nosso mundo global.

No cap. «Democracia e Ideologia» faz um aviso pertinente : "O séc XXI (...) tem vindo a ser marcado por sinais consistentes de um certo declínio do Ocidente. (...) Ideologias estão a desenvolvver-se : o pacifismo, o ambientalismo, o multiculturalismo, o alter-mundialismo, etc. (...) As democracias estão a ser atacadas (...) pelo economicismo, pela globalização sem regras éticas, pela excessiva mediatização da justiça. Espero que sujam reacções que ( saibam ) vencer a crise que nos afecta".

Mas quando Mário Soares se mete a falar de Religião, e em Fé dos Homens ,como acontece noutro capítulo do seu pequeno livro, em geral, no meu entender, ou mete água ou é incompleto. Aliás não esconde o seu agnosticismo e sobretudo a sua relutância perante os evangélicos.

É um dever, sobretudo de pessoas esclarecidas e bem formnadas, falarem no assunto da Fé cristã com objectividade e isenção.

Nesse capítulo «Religião e Política» estávamos à espera que referisse o papel beneficiante, depurador e reorientador que a Religião, nomeadamente a cristã, pode ter na Política trazendo-lhe Valores, sentido de Justiça, Ética fundamentada, equidade, normas limitadoras e definidoras da prática e da exequidade dos projectos políticos, purgando-a da violência, da hipocrisia, da mentira, das meias-verdades demagógicas.

Mário Soares não achou necessário ou terá achado dispensável falar nisso nessa secção. Frustrante.

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