domingo, 12 de abril de 2015

Intérpretes instrumentais

Intérpretes.jpg
    Há já alguns anos que os grandes intérpretes instrumentistras ( se posso aasim chamar-lhes ) executam a sua arte interpretativa expressando de uma forma que eu qualificaria de dramática;  para não usar o termo "teatral" que pode ser pejorativo.
   Quero dizer que  -  vemo-lo na TV ou ao vivo  -  esses executantes, por vezes de grande gabarito, traduzem  -  ou procuram expresssar,  uns mais que outros, claro  -  o que sentem quando ao piano, por exemplo,  nos comunicam uma bela peça.   Fazem-no através sobretudo de expressões faciais, mas também corporais.
    Lembro-me de umas Irmãs ( Lebeque ) francesas, pianistas que,  uma delas sobretudo, chegava a soerguer-se do banco quando executava certas peças.  Tal era o entusiasmo que queria comunicar a quem assistia, e que ela sentia nesse momento.
    Pessoalmente não me sinto atraído por esse tipo de execução artística.
    Sou dos tempos, por exemplo,  do Rubinstein e do  Aldo Cicolinni, ainda jovem, e outros,  que na sobriedade e na discreção da sua atitude ao piano punham em relevo não só a beleza magnífica das peças que executavam como a arte da sua própria intrpretação pessoal atavés das mãos e dos dedos que percorriam e dominavam as teclas do piano, quando era o caso.
    A sua pessoa ficava a coberto da sua arte,  como pianistas, e da força brilhante da peça que se ouvia.
    Acho mesmo que é uma intromissão descabida acompanhar com contorsões faciais e corporais, por exemplo, a excelência artística de uma composição musical.
    E na verdade não me interesa muito a pessoa do artista em si.
    Mas antes a sua arte, a pujança da sua capacidade de me inebriar com o envolvimento artístico da criação artística executada.
 *
«Jubal,
este foi o pai
de todos os que tocam harpa e flauta»

    Génesis 4 : 21.   "JUBAL" signif. em hebraico "torrente, música"

Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial