Intérpretes instrumentais
   
 Há já alguns anos que os grandes intérpretes instrumentistras ( se 
posso aasim chamar-lhes ) executam a sua arte interpretativa expressando
 de uma forma que eu qualificaria de dramática;  para não usar o termo 
"teatral" que pode ser pejorativo.
  
 Quero dizer que  -  vemo-lo na TV ou ao vivo  -  esses executantes, por
 vezes de grande gabarito, traduzem  -  ou procuram expresssar,  uns 
mais que outros, claro  -  o que sentem quando ao piano, por exemplo,  
nos comunicam uma bela peça.   Fazem-no através sobretudo de expressões 
faciais, mas também corporais.
   
 Lembro-me de umas Irmãs ( Lebeque ) francesas, pianistas que,  uma 
delas sobretudo, chegava a soerguer-se do banco quando executava certas 
peças.  Tal era o entusiasmo que queria comunicar a quem assistia, e que
 ela sentia nesse momento.
    Pessoalmente não me sinto atraído por esse tipo de execução artística.
   
 Sou dos tempos, por exemplo,  do Rubinstein e do  Aldo Cicolinni, ainda
 jovem, e outros,  que na sobriedade e na discreção da sua atitude ao 
piano punham em relevo não só a beleza magnífica das peças que 
executavam como a arte da sua própria intrpretação pessoal atavés das 
mãos e dos dedos que percorriam e dominavam as teclas do piano, quando 
era o caso.
    A sua pessoa ficava a coberto da sua arte,  como pianistas, e da força brilhante da peça que se ouvia.
   
 Acho mesmo que é uma intromissão descabida acompanhar com contorsões 
faciais e corporais, por exemplo, a excelência artística de uma 
composição musical.
    E na verdade não me interesa muito a pessoa do artista em si.
   
 Mas antes a sua arte, a pujança da sua capacidade de me inebriar com o 
envolvimento artístico da criação artística executada.
 *
«Jubal, 
este foi o pai 
de todos os que tocam harpa e flauta»
    Génesis 4 : 21.   "JUBAL" signif. em hebraico "torrente, música"
Etiquetas: Arte


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