sábado, 2 de agosto de 2014

«Adorar», «Estar apaisonado(a) por...»

 

    Entraram na nossa linguagem corrente, no português de agora, aplicadas a uma generalidade de coisas e de situações, para além das que, historicamente, lhes são próprias.

    São como um bordão linguístico, usado quando se quer dar ênfase emocional à expressão de uma emoção forte, de uma grande admiração :  "Adoro as praias do Algarve !"  ( por exemplo... )  "Adorei ver este filme !"  Ou na publicidade:  "Você vai adorar isto...!", 

    Ou quando se quer dizer que se gosta imenso : "Estou apaixonado(a) por este jogo...",  "Você vai apaixonar-se por este produto...!"

    É uma vulgarização semântica desvalorizadora de conceitos que tinham um conteúdo específico, bem definido há tempos.

    E ouvem-se estas duas estruturas até nas igrejas.  Com frequência.

    Adorar : só Deus ! Ponto final.

    É o primeiro Mandamento do Decálogo, no Sinai.   Qualquer transposição de sentido é um atentado verbal à honra de Deus !.

    Mais :  "Estar apaixonado por Jesus",  por exemplo, que se ouve e que se tolera em igrejas evangélicas é também uma fórmula atentória da dignidade de uma Fé verdadeira.

    Para além do empobrecimento semântico que isso representa.

    "Paixão" é um sentimento humano, extremo, temporário, volúvel.

    Não deve,  não pode,  ser aplicado ao Amor a Deus, a Jesus, a seja o que for exprimindo a nossa relação com o divino.

    A Linguagem, evolui;  não é estátca, nem estagnante.  Com certeza. É incontestável.

    Mas há limites de coerência, de verdade semântica.

    No caso, e na situação que estou tendo em mente e que motiva este comentário, são os Líderes, os Pastores, os  Anciãos quem têm um papel imprescindível neste campo.

    O crente honra Deus, dá seriedade e dignidade à sua Fé pela forma como expressa oralmente a sua relação, a sua vivência com o Senhor, seu Pai, seu Redentor, que ele ama e por quem é amado divinamente !

    E não só.

   A expressão escrita da sua Fé e da sua Vida critã  -  tal como TUDO o que faz, diz e escreve  -   deve ser adequada e correta, segundo as normas vigentes do país em que vive e/ou do qual é cidadão.

    Ser sincero  - acha toda a gente  - é falar com palavras que saiem do coração.  É bonito, com certeza.  Não há dúvida.  E Deus ouve quem lhe fala com sinceridade...

    Mas dar expressão ao que pensamos e queremos dizer fazendo-o com correção, com exatidão e até com beleza, se possível, é a forma do crente, filho de Deus usar o dom divino maravilhoso que é a Fala e a Linguagem.

    «A língua dos Sábios
adorna o Conhecimento»
    Provérbios 15 : 2.

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