sábado, 20 de outubro de 2012

Falar e dizer...

  Saussurre, o linguísta que está na origem da Linguística moderna, lembrou a diferenciação "significado  o sentido do que se pretender comunicar ) e significante ( e o código escrito ou oral que o expressa )". 

    E também distinguiu, teoricamente,  "fala e discurso", pondo em relevo a oposição entre "discurso intencionado, com uma razão, com um esquema conceptual que o estrutura, aquilo que "se diz";   e a "fala", que consiste na emissão espontanea de dizeres segundo a ocasionalidade do que se comunica, que é feita de reticências, de hesitações, de exclamações, da impulsividade do momento.

    Conta-se uma historieta engraçada e até significativa.

    Num país africano, quando de uma pequena palestra por um indivíduo estrangeiro,  pediram a alguém que traduzisse o que ele dissesse.

    O palestrante inciou a sua exposição com alguns pensamentos de apresentação e introdução.  Mas o tradutor... nada ! Mantinha-se calado !

   Depressa correram a perguntar-lhe  -  ao tradutor  -   quando é que começava enfim a traduzir o palestrante.

   -"A mim, pediram para traduzir o que ele dissesse.  O senhor tem estado a falar, a falar. Mas até aqui ele ainda não disse nada...!"

    Faz-nos sorrir. 

    Mas é esse o risco e o perigo em muitas palestras orais...

    E mesmo nas pregações nas igrejas. E não só... 

    Falar,  e não dizer nada de significativo em termos pedagógicos, de formação ! 

   «A morte e a vida estão no poder da língua.  O que bem a utiliza com do seu fruto».    Provérbios 18 : 21.


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