domingo, 7 de novembro de 2010

O Protestantismo em Portugal até à 1ª República

O livro da Doutora Rita M. Leite, ( n. 1982 ) «Representações do Protestantismo na Sociedade Portuguesa ( 1852-1911 )», editado pelo Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa é uma obra de interesse inegável.


Sobretudo para os mais velhos, que se interessam pela presença de certo modo conturbada da Fé evangélica em Portugal, um país marcado pela repressão, sobretudo nessa altura, da Igreja Evangélica.


O estudo parece-me objetivo, sério, claro, muito bem documentado.


A autora deve aliás ter bons relacionamentos no seio das igrejas protestantes, particularmente nas chamadas "históricas" da área do COPIC.


Li este livro com franco interesse e prazer.


Julgo mesmo que é - até agora - um Estudo incontornável para o conhecimento do Evangelismo português.


Lemos com certo sorriso os textos verrinosos, fantasistas e agressivos, que algumas autoridades da igreja católica, ao nível de Bispos e de outro clero, escreveram e publicaram denunciando a "maldade e os propósitos enganosos" dos evangelistas protestantes quando divulgavam - nesse período - o Evangelho entre o Povo !


Conhecemos, a Henriette e eu, esse tipo de "contra-evangelho", apesar de pertencermos a uma geração posterior ao período a que se refere o Trabalho.


Há outro detalhe histórico que ignorava. A ligação de certas Figuras do Protestatismo à Maçonaria, antes da proclamação da República. Ouvira falar nisso mas sempre com alguma desconfiança. A Doutora Rita Leite documenta-o ( p 179 ).


Entre essas Figuras destacam-se Eduardo Moreira, Alfredo Henrique da Silva e Guilherme Dias.


Sabia que meu Avô, João de O. Coelho, Professor e Comerciante, outro pioneiro evangélico, fora convidado para ser maçónico. Nunca aceitou.


Hoje leio essa nota histórica com certa pena.


Meus Pais falavam em casa frequentemente desses líderes referidos. Mas não me lembro de aludirem a ligação deles à Maçonaria.


Convivi e conversei bastante com Eduardo Moreira, já no final da carreira pastoral deste. Fui um dos organistas da Igreja Lusitana, nas Janelas Verdes, que ele pastoreou. Eu estaria já na Faculdade de Letras, talvez, nessa altura.


Gostei sinceramente de ler esta Obra.

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