terça-feira, 2 de novembro de 2010

A CRUZ VERMELHA


No passado dia 30 de outubro fez 100 anos que morreu um Homem que marcou a História contemporânea.



Filho de Pais convictamente protestantes a sua vida decorreu por todo o século XIX :


Nasceu em 1828, em Genebra.


Foi aluno que não se destacava na Escola. Mas a Fé dos Pais fez que se imprimisse nele a preocupação pelo social.


Tinha 31 anos quando teve de empreender, por questão de negócios, uma viagem a Itália.


Ao passar por Solferino fazia furor uma guerra ( Napoleão e a Áustria ).


Mortos e feridos jaziam por terra, ao fim de umas nove horas de combates : um caos !


Ninguém para dar assistência, nem cuidados primários, nem para enterrar os mortos !


Detido por perto não se limitou a olhar compadecido : organizou grupos de gente, daquelas paragens, para prestar socorros, fossem os feridos ou moribundos de que nacionalidade fosse.


O exército francês, por exemplo, tinha muito mais veterinários que médicos ! E tinha mais em que se ocupar...


Mas o auxílio provou-se oportuníssmo e muitas vidas foram assim salvas in extremis.


Empreendedor, começou, logo nas semanas a seguir, a pensar nesse drama a sério : o socorro organizado a feridos em combate.


Em quatro anos havia um Comité, e contactos internacionais estabelecidos por ele de tal forma que conseguiu pôr de pé um


COMITÉ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA.


A CV tornou-se talvez no maior empreendimento marcando o séc. XIX !


A ideia da cruz veio-lhe por afinidade com a cruz branca de bandeira suíça.


Todos sabemos que esse Homem se chamava HENRI DUNANT.


Mas Dunant decididamente não era propriamente um homem de negócios. E estes corriam-lhe mal.


Possivelmente a Fé dos Pais não terá configurado, tanto quanto seria de esperar, a sua vida...


Cheio de dívidas teve ele próprio de abandonar a Presidência do Comité de Cruz Vermelha.


E andou uns anos pela Europa procurando rumo.


Conta-se que certa vez em Plymouth, quando falava em público, desfaleceu com fraqueza ( com fome ).


Acabou por se recolher e ficar muitos anos numa pequena Pensão, já com certa idade, em Heiden, a nordeste da Suíça.


A sua Cruz vermelha entretanto crescia com força, naturalmente. E hoje é um Movimento com 97 milhões de voluntários, em 186 países.


Do que não tenho dúvidas é que a Fé cristã que educou e formou a mente desse jovem teve um papel inegável no impulso humanitário de Henri Dunant.


Sem forças, pobre, acabou por falecer com 82 anos.


Foi no dia 30 de outubro de 1910.


Porque ainda que tendo recebido em 1901, o 1º Prémio Nobel, o da Paz, ( partilhado com Frédéric Passy ), o dinheiro ficou na Noruega para que os credores não pudessem lançar-lhe mão.


O médico que foi chamado a prestar-lhe assistência nos seus últimos dias não queria acreditar : quem ali estava, enfraquecido, à espera do fim dos seus dias, era o Fundador da Cruz Vermelha ! E levou-o para o Hospital.


Hoje as manifestações em honra desse Homem não faltam.


Existe mesmo uma DUNANT YEAR 2010 ASSOCIATION ( Hesito em como pôr isso em português... ).


Curiosamente em 1944, quando o mundo caminhava para o termo da tremenda 2ª GM, nasceu no mesmo Hospital em que Henri Dunant terminou os seus dias, em Heiden, um bébé, chamado Jakob Kellenberger :


É hoje o Presidente da Cruz Vermelha Internacional.



Quis deixar aqui este testemunho e reflexão pessoal.


( Alguns dados foram recolhidos na Time Magazine )

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