O Livro e a Mensagem

«Busquem no Livro do Senhor,

e leiam ! ( ... )

Porque a boca do Senhor o ordenou ...»

Isaías 34 : 16.

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Uma das características da Modernidade,  se não mesmo da Pós-Modernidade,  é a autonomia a Mensagem,  em relação ao seu suporte tradicional, o Livro, ou a folha impressa.

Mesmo o simples discurso, exposto oralmente,  anteriormente só obtinha perenidade quando vertido para página escrita publicada.

Agora, na época Pós-Moderna, a Mensagem verbal comunica-se por outros apoios físicos : audio-visuais, informáticos.

Estou falando da Mensagem verbal, claro.  Porque as formas, as imagens, as cores, os sons, são transmissores de mensagens, como é evidente.

Pelos meios informáticos posso hoje obter e ler livros inteiros.

E as Mensagens têm possibilidade de percorrerem o mundo em poucos minutos !

Quer dizer : Ler tornou-se um ato marcadamente comunitário,  universalmente partilhável,  nos tempos atuais.

O Livro, pelo contrário, permanece um suporte individualizado, isolado e isolante.    Julgo que é muito raro verem-se duas ou três pessoas lendo o mesmo livro ao mesmo tempo...   Uma folha escrita talvez.  Um livro, não me parece.

A Bíblia,  como Mensagem excelsa que é, ( além de ser O LIVRO por excelência... ) é, de certa forma,  uma exceção.

Como Livro, a sua leitura pode ser um ato de partilha em Comunidade.  Num Ato de Culto.

Um texto bíblico une,  motiva,  um grupo de pessoas numa direção mental,  numa dinâmica espiritual.   Porque tomam o que estão lendo juntas, unitariamente,  como sendo aquilo que esse Texto é mesmo : a Palavra de Deus.

E com que suporte ?

Aí também chegou a Pós-Modernidade.

A Bíblia,  em papel,  continua a ser como um ícon físico por excelência.  É o Texto, o único Texto,  que dá consistência à Fé.  Porque expressa a Palavra divina.

E assim o volume físico da Bíblia torna-se um emblema identificador.  Para além de ser um instrumento de Culto, no quadro da Igreja reunida.

Mesmo quando o texto bíblico é projetado em tela que todos leem, aí também está reforçando a unidade dos crentes,  no Ato de Culto.

E vão aparecendo pessoas trazendo para a Igreja as suas Bíblias em suporte informático. ( tabletes, smartphones, etc. ).

Com vantagens ?

Com mais comodidade nalguns casos.  ( Ainda que haja Bíblias mais leves  e mais pequenas que tabletes... Não têm, evidentemente, é a mesma utilização prática ).

Num caso e noutro mantém a dinâmica espiritual do Texto.

Mas um apoio informático é muito menos um sinal emblemático de uma partilha em comum !

Por isso  -  no que diz respeito à Bíblia  -  continuo a levá-la à Igreja,  como instrumento de Culto a Deus.

E como identificador privilegiado daquilo que eu sou :  Um Crente em Deus !