terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Escola. Novos rumos. Nova mentalidade

A Professora Maria do Carmo Vieira escreveu um pequeno livro ( junho de 2010 ) intitulado "O Ensino do Português", publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos na sua coleção de "Ensaios".
O livrinho interessou-me.  A Senhora tem a mesma Licenciatura que nós,  Filologia Românica,  em 1974,  e o conteúdo é muito contestatário da mudança instituída pela nova reforma no Ensino, em 2003 - 2004.

As denúncias chovem :
A secundarização, nas Escolas Públicas, da Literatura como património artístico,  a ausência do esforço de reflexão, o vício da facilidade,  o menosprezo do dever e da exigência - o Professor deve sobretudo facilitar a aprendizagem, e daí o seu papel e a sua autoridade na aula posta em causa cada vez mais;  a promiscuidade,  o Professor que se torna um amigalhaço com uma linguagem jovem;  e como "a ensinar também se aprende" ( segundo Sénaca ), o Professor aprende em conjunto com os alunos...;  a indiferença pelo rigor, pelos Valores tradicionais; o apelo à cultura do imediato, do atual;  o desleixo pela Leitura,  a subestima dos Clássicos, o apagamento da História;  a redução do cálculo de memória ( = a tabuada, no 1º Ciclo ) que quase desaparece ( tudo é na base das calculadoras ),  e o alfabeto não é memorizado, o que leva ao desprezo, ou ao repúdio mesmo, do Dicionário...
Um sem-fim de Reduções, de Debilidades, que nos corta a respiração !!

Que Homens,  que Mulheres,  que Cidadãos,  está hoje a produzir a Escola Pública ?!
Que esperam os Pais ao entregarem os seus Filhos à Escola ?

Nós  -  todos os nós  -  mas sobretudo os mais velhos para quem a vida sem Valores é vazia, aprendemos que aquilo que é Belo surge do esforço, da exigência.  «O êxito,  só no dicionário é que precede o trabalho...» dizia Einstein.
Que Cultura vai sair de uma Escola que se satisfaz com o vulgar e com o medíocre ?

Compete-nos, a todos, não ficar sossegados, a olhar para o lado... conformados.  Particularmente os Pais, os mais esclarecidos, não podem calar-se e aceitar as coisas como uma fatalidade.
Não estou de acordo com tudo o que a Professora Maria do Cramo Vieira denuncia.
Fui Orientador Pedagógico na Secundária João de Deus, e na Escola Superior de Educação da UAL, em Faro.
Sei por experiência que muita coisa que se arrasta do passado, na Pedgogioa, tem de ser vista com outra perspetiva.  Mas no geral a Professora Maria do Cramo tem "montes" de razão !

E nós,  os Cristãos,  receio que muitos de nós não sejamos devidamente conscientes de que o nosso Deus é o Senhor do Perfeito,  do Excelente.  E que nos diz para aprovarmos  «...as coisas excelentes... »  Carta de São Paulo aos Filipenses  1 : 10. 
E isso da Excelência, concretiza-se com esforço,  com entrega,  com reflexão e estudo daquilo que Deus nos revela,  crescendo no Conhecimento de Deus e segundo o Modelo que é Cristo.  
O texto - a perícope -  da Carta aos Colossenses  1 : 9 a 12  é o paradigma da Pedagogia da Esola da Fé.
Radical !  Total !

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