terça-feira, 17 de julho de 2012

Relíquias




    Encontrei em Lisboa ( na Férin ) um livro bem interessante,  cuja leitura e informação li com gosto e atenção : «LE TREMBLEMENT DE TERRE DE LISBONNE, 1755»; de Jean-Paul Poirier, Odile Jacob 2005, 300 pgs.

    Mas o que eu queria deixar aqui assinalado é um dado histórico confrangedor e que configura algumas  das reações religiosas que contextuaram esse século XVIII em Portugal; e em Lisboa, a Capital, quando o espírito e o sopro arejador da Reforma já havia um século que renovava as mentes da Europa.

    Escreve o autor, aliás logo no segundo capítulo ( e vale a pena transcrever ) :

    «As relíquias floresciam...Venerava-se num Convento das Carmelitass um relicário contendo parcelas do berço de Jesus, e um pedaço da sua blusa de bébé, e ainda cabelos de Jesus em criança, bem como de São João Evangelista e de Santa Maria Madalena; um espinho da coroa de Jesus ainda com manchas de sangue; um fragmento de uma das colunas do pretório; um pedaço da corda que serviu para ligar o corpo de Jesus à cruz, e um dos pregos que o crucificaram; um resto ensanguentado do pano que o envolveu, uma parte da lança que lhe feriu o lado, um pedaço da roupa de Santa Verónica, e outro do lençol que cobriu Jesus no túmulo, um resto do véu do Templo de Jerusalém que se rasgou quando Jesus morreu na cruz e outro de uma carta de um dos quatro evangelistas...»

    Faz-nos sorrir ?  Não. A estultícia e a força de sedução e de engano que tudo isso manifesta, provoca revolta e uma enorme tristeza.

    Sobretudo que hoje, em pleno século XXI, a devoção religiosa, aliemtada e apoiada pelo clero da ICR, tem a mesma estirpe.  Não serão tanto as relíquias, penso eu.  É uma devoção completamente estranha às Escrituras, apoiando-se em visões de Fátima, uma cegueira devocional estranha ao Plano divino de Salvação. E, por isso, ofensiva de Deus !

   «Quem ouve a minha Palavra, e crê naquele que me enviou tem a Vida eterna.  E não entra em condenação.  Passou da Morte para a Vida !»  João 5 : 24.

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