Relíquias
Encontrei em Lisboa ( na Férin ) um livro bem interessante, cuja leitura e informação li com gosto e atenção : «LE TREMBLEMENT DE TERRE DE LISBONNE, 1755»; de Jean-Paul Poirier, Odile Jacob 2005, 300 pgs.
Mas o que eu queria deixar aqui assinalado é um dado histórico
confrangedor e que configura algumas das reações religiosas que
contextuaram esse século XVIII em Portugal; e em Lisboa, a Capital,
quando o espírito e o sopro arejador da Reforma já havia um século que
renovava as mentes da Europa.
Escreve o autor, aliás logo no segundo capítulo ( e vale a pena transcrever ) :
«As relíquias floresciam...Venerava-se num Convento das Carmelitass um
relicário contendo parcelas do berço de Jesus, e um pedaço da sua blusa
de bébé, e ainda cabelos de Jesus em criança, bem como de São João
Evangelista e de Santa Maria Madalena; um espinho da coroa de Jesus
ainda com manchas de sangue; um fragmento de uma das colunas do
pretório; um pedaço da corda que serviu para ligar o corpo de Jesus à
cruz, e um dos pregos que o crucificaram; um resto ensanguentado do pano
que o envolveu, uma parte da lança que lhe feriu o lado, um pedaço da
roupa de Santa Verónica, e outro do lençol que cobriu Jesus no túmulo,
um resto do véu do Templo de Jerusalém que se rasgou quando Jesus morreu
na cruz e outro de uma carta de um dos quatro evangelistas...»
Faz-nos sorrir ? Não. A estultícia e a força de sedução e de engano
que tudo isso manifesta, provoca revolta e uma enorme tristeza.
Sobretudo que hoje, em pleno século XXI, a devoção religiosa, aliemtada
e apoiada pelo clero da ICR, tem a mesma estirpe. Não serão tanto as
relíquias, penso eu. É uma devoção completamente estranha às Escrituras,
apoiando-se em visões de Fátima, uma cegueira devocional estranha ao
Plano divino de Salvação. E, por isso, ofensiva de Deus !
«Quem
ouve a minha Palavra, e crê naquele que me enviou tem a Vida eterna. E
não entra em condenação. Passou da Morte para a Vida !» João 5 : 24.
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