Silêncios ruidosos
"Atualmente temos dois tipos de censura. A do silêncio; e a do ruído."
diz Umberto Eco num livro recente, "Construir o Inimigo", editado pela Gradiva em 2011.
E é verdade. Quantas deduções e conclusões não se poderiam tirar dessa verdade, hoje em dia.
Há silêncios que são bombásticamente barulhentos ! Na Comunicação Social sobretudo.
E há informações ruidosas que levam por vezes largos quartos de hora a ocupar o visor das nossas TV, e a reduzir a silêncio, ou a secundarizar, censurando, por conseguinte, outras notícias a que por vezes não convém dar muito relevo...
Alguém chegou a dizer, "Se sei que vai sair uma notícia que me pode causar prejuízo grave, talvez me passe pela cabeça fazer rebentar uma bomba, por exemplo, junto à Sede da Polícia ou perto da Estação de Caminho de Ferro. E no dia seguinte o meu escandalozinho terá passado para o fundo de uma das páginasinteriores dos Jornais..."
E há notícias ruidosas que valem justamente pelo pouco caso que se faz delas. Ocupam a mente. Adormecem.
Voltando aos "silêncios". Um desses silêncios gritantes na Comunicação Social é aquilo que está na raiz dos movimentos a que inocentemente chama de "primavera ( democrática ) árabe". E que é o conflito latente entre correntes islâmicas rivais.
Na Síria, a dominante, minoritária, e a dominada, maioritária, popular, que não aceita o domínio da primeira, já há décadas...
E o mesmo se passa no Egito, na Líbia, e noutros.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial