terça-feira, 17 de abril de 2012

Silêncios ruidosos


    "Atualmente temos dois tipos de censura.  A do silêncio; e a do ruído."
diz Umberto Eco num livro recente, "Construir o Inimigo", editado pela Gradiva em 2011.

    E é verdade.  Quantas deduções e conclusões não se poderiam tirar dessa verdade, hoje em dia.

    Há silêncios que são bombásticamente barulhentos !  Na Comunicação Social sobretudo.

    E há informações ruidosas que levam por vezes largos quartos de hora a ocupar o visor das nossas TV, e a reduzir a silêncio, ou a secundarizar, censurando, por conseguinte, outras notícias a que por vezes não convém dar muito relevo...

    Alguém chegou a dizer, "Se sei que vai sair uma notícia que me pode causar prejuízo grave, talvez me passe pela cabeça fazer rebentar uma bomba, por exemplo, junto à Sede da Polícia ou perto da Estação de Caminho de Ferro.  E no dia seguinte o meu escandalozinho terá passado para o fundo de uma das páginasinteriores dos Jornais..."

    E há notícias ruidosas que valem justamente pelo pouco caso que se faz delas.  Ocupam a mente.  Adormecem.

   Voltando aos "silêncios".  Um desses silêncios gritantes na Comunicação Social é aquilo que está na raiz dos movimentos a que inocentemente chama de "primavera ( democrática ) árabe".  E que é o conflito latente entre correntes islâmicas rivais.

    Na Síria, a dominante, minoritária, e a dominada, maioritária, popular, que não aceita o domínio da primeira, já há décadas...  

    E o mesmo se passa no Egito, na Líbia, e noutros.

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